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Memórias dos toiros da ganadaria Murteira Grave que faziam tremer as pernas a toureiros e forcados

Memórias dos toiros da ganadaria Murteira Grave que faziam tremer as pernas a toureiros e forcados

Clube Taurino Vilafranquense foi palco de um colóquio dedicado a Joaquim Grave

“Não concordo com os aficionados que dizem que a tauromaquia tem um passado glorioso, um presente decadente e um futuro inexistente”, frisou o filho do falecido ganadeiro Joaquim Grave em Vila Franca de Xira.

O Clube Taurino Vilafranquense encheu-se de aficionados e figuras do toureio para um jantar de convívio seguido de colóquio dedicado a Joaquim Grave, “ganadeiro de ganadeiros”, que faleceu em Outubro. Na sessão recordaram-se histórias de uma das ganadarias mais importantes do país e memórias de toiros que faziam tremer as pernas a forcados e a toureiros. “Quando tínhamos de pegar um Murteira Grave começávamos a tremer de véspera, eram toiros de uma brutalidade e uma presença que nos obrigavam a ser muito sérios naquilo que estávamos a fazer”, lembrou Tancredo Pedroso, forcado que chegou a vestir a jaqueta dos amadores de Santarém. Também o maestro Victor Mendes, que participou no colóquio, lembrou os tempos em que os toiros Grave lhe tiravam o sono. “Era um toiro que impunha seriedade só pela maneira como olhava para nós. Nunca mais me esqueço de uma corrida em Espanha onde apanhei um toiro Grave que parecia ter malaguetas no rabo, queria agarrar-me por todos os lados”, recordou, perante a risada da audiência.O filho do ganadeiro, que tem o mesmo nome do pai e que foi distinguido por O MIRANTE como personalidade do ano em 2009 na área da tauromaquia, recordou o pai e o legado que este lhe deixou. Joaquim Grave defendeu que o trabalho dos ganadeiros é produzir toiros que permitam aos maestros “criar obras de arte” e notou que um toiro nobre não tem de ser suave na lide. “A bravura de um toiro é como uma torneira aberta, se não se alimentar o depósito ela esgota-se. A experiência dá-nos saber mas tira-nos força. O mundo dos toiros é tão bonito que conhecemos os bastidores e mesmo assim continuamos a gostar dele”, salientou recebendo o aplauso da plateia. Joaquim Grave lembrou que os toiros de ontem não são iguais aos de amanhã e apelou a que os aficionados sejam capazes de se adaptar às mudanças. “Hoje não há tempo para os toiros se criarem mas não concordo com os aficionados que dizem que a tauromaquia tem um passado glorioso, um presente decadente e um futuro inexistente. O segredo dos ganadeiros e dos aficionados é saber acompanhar os tempos”, vincou.
Memórias dos toiros da ganadaria Murteira Grave que faziam tremer as pernas a toureiros e forcados

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