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Bombeiros de Azambuja têm novo comandante mas continuam com ambulâncias avariadas

Bombeiros de Azambuja têm novo comandante mas continuam com ambulâncias avariadas

Armando Proença Baptista é professor de dança e pára-quedista

Uma das primeiras medidas que o novo comandante impôs foi exigir que os bombeiros andem aprumados de barba feita e cabelo cortado. Por cada palavrão dito dentro do quartel paga-se uma multa de um euro. Fumar e beber álcool nas instalações está proibido.

As seis ambulâncias do quartel dos bombeiros de Azambuja estão velhas, avariam constantemente e era necessário substituí-las urgentemente, mas a corporação não tem dinheiro para comprar novos veículos. O alerta é do novo comandante da corporação, Armando Baptista, que agora tomou posse no cargo. O operacional garante que mesmo assim o socorro às populações não está em causa e que ainda vai valendo o empenhamento dos bombeiros em cada uma das situações de emergência. “O nosso parque automóvel está velho. Quase todos os dias temos uma ambulância na oficina”, lamenta a O MIRANTE. Recorde-se que a corporação está a enfrentar graves problemas financeiros resultantes da quebra dos serviços de transporte de doentes, o que obrigou a corporação a dispensar onze colaboradores em 2011. Actualmente os bombeiros de Azambuja vão conseguindo manter os restantes 14 postos de trabalho.Outro problema da corporação é cativar os voluntários. “Quando toca a sirene mais de metade dos meus bombeiros não está a trabalhar na zona. E hoje os patrões mandam logo o empregado vir receber o ordenado aos bombeiros se alguém sair do trabalho para apagar um fogo”, critica. Armando Baptista vem substituir Pedro Cardoso, que foi comandante daquela corporação durante 17 anos e diz que encontrou uma equipa desunida. “Na minha apresentação pedi para me darem o benefício da dúvida, vou dar o meu melhor”, explica. Uma das primeiras medidas que tomou foi promover a união dos elementos da corporação. Impôs a obrigatoriedade dos bombeiros andarem limpos e aprumados. “Quero barbas feitas e cabelo cortado. Quero pessoas arranjadas. E por cada asneira que digam dentro do quartel pagam uma multa de um euro”, conta o novo comandante com um sorriso. Também foi proibido beber álcool e fumar dentro das instalações. “São aspectos fundamentais para mudar a imagem pública dos bombeiros. Sermos pobres não quer dizer que sejamos sujos ou porcos”, vinca. No princípio nem todos concordaram com a rigidez imposta pelo novo comandante mas hoje o grupo começa a compreender a necessidade de um novo grau de exigência.Armando Baptista, militar de carreira, estava no comando da unidade de socorro do destacamento da Cruz Vermelha de Amadora e Sintra. Comandava 130 pessoas e foi responsável por coordenar 85 mil serviços. Foi convidado pelo presidente dos Bombeiros da Azambuja para exercer o cargo a tempo inteiro. Num mês revolucionou o quartel. Algumas salas foram alteradas, pintadas e arranjadas com a ajuda dos bombeiros, que deram toda a mão-de-obra. “Vai valendo muita paixão e amor que os bombeiros têm por esta casa. Encontrei um grande grupo”, elogia. Entre as apostas para gerar receitas para a corporação está a prestação de serviços a empresas e particulares, com acções de formação, inspecções de segurança e apoio na decisão dos planos de segurança.Trânsito aumentou 63 por cento na Estrada Nacional 3A Estrada Nacional 3 é uma preocupação para o novo comandante. Tem um elevado índice de sinistralidade e os dados mais recentes mostram que o tráfego de automóveis e pesados está a aumentar. “Registámos um aumento de 63 por cento no tráfego de condutores que fogem à portagem do eixo Cartaxo/Aveiras de Cima. Além disso todos os dias é uma via que é atravessada por muitos camiões contendo matérias altamente perigosas”, nota. O dançarino pára-quedista que vive em Vila Franca de XiraArmando Proença Baptista tem 41 anos, é natural de Lisboa mas reside há quase uma década em Vila Franca de Xira. Cresceu rodeado dos alunos de Apolo e desde cedo começou a dançar com os amigos tendo conseguido ser campeão ibérico antes de enveredar pela carreira militar. Foi pára-quedista e ainda hoje salta com regularidade na base aérea de Évora. Nos tempos livres dá aulas de dança. “Normalmente é estranho ver-se um militar a dar aulas de dança, porque a dança sempre teve uma conotação com a homossexualidade, mas é uma ideia completamente errada”, diz o homem que também pratica kickboxing. Licenciou-se em dança desportiva, fez três pós-graduações em gestão e protecção de socorro, em psicologia rodoviária e em ciências policiais. Esteve nove anos no comando do destacamento da Cruz Vermelha de Amadora e Sintra e foi coordenador das forças nacionais de segurança durante o campeonato do mundo de vela em 2007 e no America’s Cup de 2010. Diz que gosta de viver em Vila Franca de Xira e confessa ser um grande utilizador do passeio ribeirinho. Ainda assim lamenta que a cidade se tenha transformado num dormitório de Lisboa e critica o facto do centro comercial da cidade não ser reabilitado.
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