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Idoso morre carbonizado na cama

Esposa ainda tentou apagar o fogo mas não conseguiu

O fogo deflagrou na cama articulada de Adelino Arenque, que estava ligado a um aparelho de oxigénio. A companheira ainda tentou apagar o incêndio, mas não conseguiu. Quando os bombeiros chegaram já era tarde demais.

Um homem de 78 anos, que tinha uma perna amputada e se encontrava acamado e a receber oxigénio, morreu carbonizado num anexo da casa onde vivia há 28 anos com a companheira, em Casais dos Penedos, freguesia de Pontével, concelho do Cartaxo. O incêndio deflagrou cerca das 17h00 de sábado, 19 de Janeiro, na rua Francisco Silva, quando o idoso estava deitado na cama articulada. Quando viu as labaredas nos pés da cama Leonor Coelho, 82 anos, tentou apagar as chamas com uma almofada com esponja no interior, o que fez atear ainda mais o fogo que se estendeu a toda a cama. “Não me lembrei que tinha dois açafates de roupa que podia ter atirado para a cama para apagar o fogo”, diz ainda a recuperar do choque.Quando percebeu que não conseguiria apagar o fogo foi até à rua e pediu ajuda. Foi um dos filhos que entrou no anexo, que foi totalmente consumido pelo incêndio momentos depois, que puxou Leonor Coelho para o exterior. “A minha ideia era deixar-me ficar com ele”, confessa a mulher. Em quinze minutos o anexo ficou reduzido a cinzas. Quando os bombeiros chegaram pouco mais puderam fazer que apagar as chamas que no entanto não consumiram o resto da casa. Leonor Coelho ficou com queimaduras nas mãos por tentar apagar o fogo e teve que receber tratamento no Hospital de Santarém também por causa da inalação de fumo, tal como o filho. Os dois permaneceram durante a noite naquela unidade de saúde. A família suspeita que se tenha tratado de um curto-circuito do equipamento que estava ligado à electricidade, que nesse dia faltou devido ao mau tempo. Leonor Coelho confessa que nunca se lembrou de desligar o aparelho.O pequeno anexo da casa onde o casal vivia há três anos tinha um pequeno quarto onde estavam duas camas, tal como uma pequena sala de costura e a casa de banho. Tudo foi consumido pelo fogo incluindo a mala de Leonor Coelho onde estava o dinheiro das duas reformas. Leonor Coelho, mãe de três filhos, vai viver agora para o outro lado da casa. “Os meus filhos não me deixam faltar com nada”, diz um pouco confortada a mulher que perdeu o companheiro de quase trinta anos com quem viveu alguns dos melhores momentos da sua vida. Leonor Coelho já foi ouvida pelas autoridades. O corpo de Adelino Arenque, natural de Azambuja, antigo tractorista, foi entretanto submetido a autópsia em Azambuja.

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