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Rede social de Vila Franca quer mais meios para atacar fome e pobreza no concelho

Rede social de Vila Franca quer mais meios para atacar fome e pobreza no concelho

Encontro de instituições conclui que é preciso união de esforços para ajudar famílias em crise

Cerca de 100 pessoas participaram no encontro sobre “Respostas Sociais em Tempo de Crise” numa altura em que os pedidos de ajuda de famílias em dificuldades não param de aumentar

As entidades que integram a rede social de Vila Franca de Xira lançam um repto ao Governo para que disponibilize mais meios para que possam atacar as situações de fome e pobreza no concelho que não param de aumentar. O pedido foi feito durante o 2.º Encontro da Rede Social de Vila Franca de Xira, sob o tema “Respostas Sociais em Tempo de Crise”, que decorreu na quarta-feira, dia 16, no auditório da Sociedade Filarmónica de Recreio Alverquense, Alverca, com mais de uma centena de pessoas. Na sessão apelou-se também à união de esforços, partilha de informações e reforço do trabalho em parceria. Olga Fonseca, directora do departamento de emergência social da CEBI - Fundação para o Desenvolvimento Comunitário de Alverca, salientou que seria mais importante o trabalho preventivo da pobreza do que a missão assistencialista, mas admitiu que o momento exige acção imediata. “Acolhemos 30 crianças em situação de risco e trabalhamos com as suas famílias, apesar de as situações de desemprego e de carência económica causarem cada vez mais famílias desestruturadas e situações de violência doméstica ou negligência com as crianças”, exemplifica a dirigente. Luís Coelho, presidente do Centro Social para o Desenvolvimento do Sobralinho, mostra-se preocupado com as consequências da situação de carência de muitas famílias. “Focos de insegurança como a toxicodependência e alcoolismo agravam-se com a crise social e os problemas familiares”, referiu, para defender que é preciso reforçar o diálogo entre instituições para identificar e responder aos problemas de imediato.Com 485 crianças a seu cargo, o Centro de Bem Estar Infantil de Vila Franca de Xira (CEBEI) tem estado a rever as mensalidades. O centro que recebe alimentos do Banco Alimentar, começa a pensar em dar outros apoios às famílias, como nos casos de pobreza envergonhada. “Temos cerca de 20 famílias a merecer a nossa atenção para apoio de coisas tão simples com o pagamento das prestações de casa atrasadas. Estamos a tentar fazer-lhes ver até que ponto devem repensar a sua forma de estar, por exemplo, com o regresso às casas alugadas, de forma a estabilizarem economicamente”, comentou a presidente da instituição, Assunção Lopes. Câmara prevê aumento de mais pedidos de alimentação em 2013A vereadora da Câmara de Vila Franca de Xira, Maria da Conceição Santos, que tem o pelouro da acção social, afirma que as instituições de solidariedade social têm de dispor dos meios financeiros e também de tempo para o trabalho de prevenção e planificação. “O exemplo de rede social é claro. É composta por parceiros e pessoas que são voluntárias e que reflectem e procuram resolver problemas que surgem. Às vezes a questão não são recursos financeiros. É mais uma questão de organização política”, afirmou a autarca. Para 2013, a autarquia cabimentou verba necessária para responder a aumentos ainda maiores dessa procura. “O básico é que ninguém pode passar fome”, acrescenta a vereadora.Convidado para ser orador do primeiro painel do encontro, sobre políticas sociais, o professor de sociologia e investigador do Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE), afirmou que a rede social é a melhor opção dos municípios no combate à pobreza. Segundo dados revelados por Maria José Gamboa, da Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade (CNIS), a economia social representa 4,3 por cento do Produto Interno Bruto, emprega cerca de 250 mil trabalhadores e envolve 650 mil famílias entre utentes e servidores. Entre o público presente, João Martinho, fundador da CEBI de Alverca, lamentou que as IPSS estejam de costas voltadas e disse que na origem dos problemas sociais está a desigualdade entre cidadãos. “Enquanto houver offshores e classes que não paguem impostos e aos pobres se exigir tudo é impossível haver Estado Social”.
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