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Árvores à beira das estradas interferem com a segurança rodoviária

Árvores à beira das estradas interferem com a segurança rodoviária

Seiva que largam para o pavimento e deformações do piso provocam despistes e choque com uma árvore potencia a morte

Empresários do ensino de condução automóvel defendem que deve existir um plano para resolver algumas situações em que as árvores interferem com a segurança e prejudicam a visibilidade e uma regulamentação que defina distâncias mínimas entre estas e a faixa de rodagem.

O choque de um carro contra uma árvore é violentíssimo e na generalidade dos casos provoca mortes. As árvores plantadas à beira das estradas são factores de insegurança rodoviária que leva o proprietário de escolas de condução, Custódio Tomé, a defender que as que estão próximas das bermas devem ser arrancadas. “As árvores são bonitas mas é no sítio delas”, realça o também dirigente da Associação Nacional de Escolas de Condução para quem a situação é um grave problema que precisa de resolução. É urgente no entender de João Tomás, da Escola de Condução Samorense, um plano que defina o abate de árvores que interferem com a segurança e regulamentação que estabeleça distâncias de segurança para as que vierem a ser plantadas. No gabinete médico-legal do Médio Tejo o médico Artur Barbosa faz anualmente várias autópsias a vítimas de choques com árvores, algumas vezes devido a despistes provocados por deformações no pavimento originados pelas raízes. O clínico explica que num embate destes há uma desaceleração brusca que faz com que o cérebro tenha um deslocamento para a frente e depois para trás que leva ao rompimento de vasos sanguíneos que são causa de morte. Nos carros mais antigos as lesões são ao nível das vértebras cervicais. “A existência de árvores de grande porte nas bermas podem fazer a diferença entre a morte e a vida”, sublinha o comandante distrital de operações de socorro, Joaquim Chambel, ressalvando que há excepções como as que existem em zonas de ravinas que evitam que as viaturas se despenhem. Mas mesmo nestes casos Custódio Tomé teme que não seja o melhor e sugere a substituição por estruturas metálicas de protecção (rails) que evitam que o carro caia e têm um efeito amortecedor do choque. As árvores nas estradas também são um perigo por largarem seiva para o pavimento que potencia despistes. Outras por estarem em curvas e cruzamentos retiram a visibilidade e depois há ainda que contar com as quedas de ramos e da própria árvore como aconteceu recentemente em dois acidentes na Estrada Nacional 114, entre Almeirim e Tapada, que num dos casos provocou quatro feridos. “As árvores muitas vezes estão mais na beira das estradas para suster as terras do que para outro efeito benéfico”, salienta João Tomás. Os empresários de ensino de condução defendem que devia haver uma margem mínima entre a faixa de rodagem e as árvores como existe para as auto-estradas e itinerários principais. Apesar de tudo e tendo em conta o efeito ambiental e a beleza a deputada Carina João Oliveira (PSD), coordenadora do Grupo de Trabalho de Segurança Rodoviária da Assembleia da República, considera que é preciso sobretudo bom senso e que as situações têm que ser analisadas caso a caso. Mas é da opinião que se em determinadas situações não há condições para árvores estarem nas bermas então devem ser abatidas. Em novas estradas não se tem plantado árvores essencialmente por questões de custos entre os quais os de manutenção, o que para alguns é uma medida que pelo menos evita interferências com a segurança rodoviária.
Árvores à beira das estradas interferem com a segurança rodoviária

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