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Julgamento de suspeitos de extorsão a comerciantes com segurança reforçada

Comerciantes de Abrantes, perante ameaças de morte ou de vandalização, eram forçados a pagar mensalmente quantias sempre superiores a 50 euros.

Teve início na manhã de segunda-feira, 28 de Janeiro, no Tribunal de Abrantes o julgamento dos sete homens, entre os 19 e os 52 anos, acusados em co-autoria dos crimes de associação criminosa, extorsão na forma continuada, coacção, dano, ofensas corporais e ameaça agravada a comerciantes da cidade. O início do julgamento, que já tinha sido desmarcado em duas ocasiões anteriores, ficou marcado pelas fortes medidas de segurança com, pelo menos, seis polícias a fazerem a vigilância da entrada da sala de audiências e observando de perto amigos e família dos arguidos. A primeira testemunha, de acusação, foi ouvida ao início da tarde. Segundo o despacho da acusação, o grupo era liderado pelo homem mais velho considerado “uma pessoa intimidatória perante todas as pessoas não pertencentes à sua etnia e, sobretudo, à comunidade que lidera”. O documento refere que muitos comerciantes, perante ameaças de morte ou de vandalização, eram forçados a pagar mensalmente quantias sempre superiores a 50 euros, bem como a entregar géneros alimentícios e outras mercadorias como tabaco e bebidas em troca de alegada protecção. “A obtenção dos valores monetários desta forma ficou conhecida por ‘camorra’”, refere a acusação. Os arguidos residem quase todos no problemático bairro Vale de Rãs e são considerados “muito violentos e perigosos”, actuando em grupo desde 2000, altura em que começaram a extorquir dinheiro a alguns comerciantes e que era, depois, dividido entre todos. Um dos arguidos era proprietário de um estabelecimento situado a menos de 400 metros de um café, do qual o dono - um dos principais denunciantes do caso - era alvo constante de extorsão e ameaças, sendo que, numa ocasião, embateram com um jipe na floreira de protecção e esplanada do seu café. Apesar do advogado do proprietário desse café ter pedido protecção para o seu cliente, junto ao Procurador Geral da República e PSP, em Outubro de 2010, o estabelecimento viria a ser destruído novamente em Janeiro de 2011. Neste momento, tem nova gerência. No Tribunal de Abrantes estão já agendadas várias audiências deste mega-julgamento, dado o elevado número de testemunhas de acusação.

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