Ourivesaria na Castanheira assaltada às onze da manhã por três encapuçados
João Taipina ainda não estava totalmente refeito de um assalto à mão armada que sofreu há 13 anos
Quando os ladrões atacaram a Ourivesaria Taipina no centro de Castanheira do Ribatejo o sistema de videovigilância estava avariado devido ao mau tempo, o que dificulta as investigações do caso.
João Taipina ainda não estava totalmente refeito do primeiro assalto que sofreu quando abriu a sua primeira ourivesaria quando foi alvo na semana passada de mais um assalto violento ao estabelecimento que tem em Castanheira do Ribatejo. O comerciante foi agredido e ficou sem milhares de euros em artigos de ouro e relógios. E os ladrões ainda tiveram a sorte de na altura o sistema de videovigilância da Ourivesaria Taipina não estar a funcionar porque tinha avariado devido ao mau tempo, o que poderia ajudar as autoridades nas investigações. O comerciante tinha sido assaltado a primeira vez à mão armada há 13 anos, que lhe deixou marcas. Na terça-feira dia 22, por volta das 11h00 três encapuzados irromperam pela loja e um dos deles dirigiu-se de imediato ao comerciante e com a coronha da caçadeira que empunhava deu-lhe uma pancada na testa. João Taipina caiu atrás do balcão e foi manietado pelo agressor enquanto os outros dois começaram a tirar os artigos em exposição. Agora admite deixar de vender ouro para evitar ser assaltado novamente. “Não vale a pena arriscar”, desabafa. Com a porta da rua fechada pelos assaltantes, João Taipina ainda resistiu três minutos que pareciam uma eternidade antes de ceder as chaves da montra e de dois mostradores, um atrás do balcão e outro na área mais recuada da loja. Levaram anéis, brincos, alianças, pulseiras e colares em ouro dos dois mostradores e relógios da marca Jaguar, a marca mais cara que encontraram. Exigiram a chave do cofre, mas acabaram por não a utilizar e o comerciante admite que, com o nervosismo da altura, nem sequer conseguiria dizer o código de acesso ao cofre. Não foram partidos vidros. O assalto durou quatro minutos e os homens fugiram na direcção de Vila Franca de Xira. “Demorei cinco anos a recompor-me do primeiro assalto, que aconteceu mês e meio depois de ter aberto a ourivesaria por conta própria. Fui cumprindo os compromissos financeiros com dificuldade e agora volta a acontecer-me uma destas”, lamenta João Taipina. “Para um comerciante da minha dimensão é um prejuízo importante e, quase com 56 anos, é mais difícil recuperar duma pancada destas”, acrescenta. Durante os dias que se seguiram ao assalto muitos foram os que passaram pela loja, entre clientes e amigos, para dar ânimo ao comerciante. Clara Caxias, de Benavente, diz que ficou surpreendida com a situação. “Há cada vez mais situações destas a acontecer e a justiça devia ter mão mais pesada para os assaltantes. O que acho mal é que roubam e ainda por cima fazem mal às pessoas”, comentava. José Manuel Silva, cliente e amigo diz que ficou “chocado”, e que João não merecia uma situação destas. E referia que um assalto deste tipo é excepção numa vila sossegada como a Castanheira do Ribatejo. Segunda ourivesaria assaltada na Castanheira em quatro anosEm 18 de Novembro de 2009 foi assaltada a ourivesaria da rua Palha Blanco, também na Castanheira, pouco antes das sete da tarde. Nessa altura o proprietário, José Luís, foi atingido com um pé de cabra na cabeça, depois de um primeiro indivíduo ter entrado na loja a solicitar ver um anel para oferecer à namorada. Mal virou costas um segundo homem entrou pela loja e agrediu o comerciante na cabeça, nas costas e pernas. Os assaltantes levaram jóias, anéis e brincos e fugiram numa viatura onde os esperava um terceiro elemento.
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