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Estudioso Manuel Serra d’Aire

A GNR anda a lembrar aos mais incautos que os criminosos muitas vezes têm ar simpático para, tal como o lobo mau da história do Capuchinho Vermelho, nos poderem tramar melhor, li n’O MIRANTE da passada semana. Esta é uma medida que merece elogios e que só peca por tardia, pois há anos e anos que somos enganados por tipos com aspecto simpático, bem falantes e bem vestidos e que, curiosamente, embora sejam charlatães comprovados (como facilmente se infere da evidente diferença entre o que prometem e aquilo que fazem) nunca viram o sol aos quadradinhos.É para não ser confundido com essa gente, que abomino o fato e gravata e o cabelo lambido. Aliás, quando me vejo ao espelho antes de ir a um casamento fico sempre desconfiado que o meu cadastro não está assim tão limpo como julgo. Este irreprimível preconceito que alimento acerca de fatos e gravatas pode obviamente degenerar em injustiças na avaliação das pessoas. E eu tenho consciência disso. Há certamente quem se vista assim permanentemente e seja merecedor de toda a confiança, mas eu, infelizmente, ainda não tive o privilégio de o conhecer.Um soldado da GNR andou nas bocas do mundo por ter pontapeado um porco que andava tresmalhado em pleno alcatrão da A1 na Póvoa de Santa Iria, após o despiste de um camião carregado de suínos. Apanhados pela câmara de um telemóvel, soldado e porco depressa se tornaram estrelas na Internet, com o inevitável maniqueísmo luso a pender, nesta acesa disputa, para o lado do animal de quatro patas muito à custa dos abnegados defensores dos animais (irracionais). E com toda a razão, digo eu. Onde já se viu um militar fardado, representante encartado da autoridade do Estado, recorrer ao trivial pontapé para reprimir infractores, transmitindo assim uma péssima imagem da instituição que representa. Para que servem o cassetete ou a pistola? E por que razão o precipitado guarda não algemou o delinquente reco e o levou para a esquadra, onde poderia ser transformado em bifanas longe de olhares indiscretos? Isto sim, devia ser alvo de um inquérito!Esta cruzada fundamentalista a favor dos direitos dos animais tem-me causado problemas de consciência e a verdade é que já tenho receio de matar uma simples melga, uma formiga ou uma mosca em público, não vá também cair nas teias da inquisição animalista. Além disso outras questões mais altas se levantam para as quais devia haver esclarecimento cabal, sob pena de pagar o justo pelo pecador. Pode ser que tu me saibas esclarecer.Por exemplo: se um cãozinho de estimação (daqueles que forram os passeios e os jardins de bosta que parece cola tudo, tal a forma como se agarra às solas) me morder, devo, como bom cristão, dar-lhe a outra canela ou, numa atitude de cá se fazem cá se pagam, ferrar-lhe um biqueiro na focinheira? Com esta dúvida metódica me despeço. Aceita uma continência do Serafim das Neves

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