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“Habituei-me a ter que batalhar para conseguir tudo o que tenho”

Edgar Godinho, 37 anos, empresário, Tomar
Em criança sempre gostei muito de desenhar. Vivi e cresci na Linhaceira e o meu percurso escolar foi desenvolvido no concelho. Fiz a antiga Telescola, depois tirei um curso técnico-profissional de Desenhador de Construção Civil na Escola Secundária Jácome Ratton e, como não me estava a ver fechado num lugar agarrado ao estirador, decidi frequentar Engenharia Civil no Instituto Politécnico de Tomar. Mais tarde fiz duas pós-graduações, em Segurança e Higiene do Trabalho e Coordenação de Segurança.A Laborline acaba por ser uma consequência feliz do meu percurso académico e profissional. Quando terminei o curso fui estagiar para um gabinete de arquitectura, onde estive cerca de dois anos. Depois tive outra experiência na área da construção, mais relacionada com a parte técnica e comercial. Surgiu a possibilidade de ficar ligado a novos projectos mas acabou por ser uma experiência pouco positiva. Apoiado pela Loreta, actualmente minha esposa, quisemos criar um projecto à nossa imagem, no qual pudéssemos actuar sem interferências de terceiros.A pessoa que está ao nosso lado tem um papel importante. Reconheço que, hoje em dia, para se ser empresário tem que se ter um espírito muito aventureiro mas, ao mesmo tempo, ponderar cada decisão que tomamos. Neste sentido, eu e a Loreta formamos uma boa equipa. Eu sou mais aventureiro, ela é mais ponderada. Também temos que estudar o mercado, verificar os nichos que existem, averiguar a viabilidade do negócio e deter conhecimento na área em que se vai investir.Prezo muito a minha autonomia e foi por isso que decidi ser empresário. Tivemos a sorte de contar com o apoio de uma instituição bancária com um balcão na Linhaceira, que nos facultou condições de crédito que noutros bancos não conseguíamos. Investimos em instalações de raiz, que inaugurámos em 2009, e sem este apoio da banca era complicadíssimo. Demos um passo de cada vez. A empresa foi fundada em 2006, começou a laborar em 2007 e só dois anos depois inauguramos as instalações. Actualmente somos 11 pessoas.Tivemos que nos adaptar às mudanças do mercado. O sector da construção está parado e, se inicialmente a nossa intenção passava por fazer projectos e executar a obra neste momento estamos mais virados para a área da Higiene e Segurança no Trabalho. Temos três CAE,s de actividade: o de Cuidados de Saúde Humana, o de Serviços de Engenharia e o Controlo de Pragas Urbanas e um quarto, que está a hibernar, que é a produção imobiliária.Para uma empresa ter futuro o gerente tem que fazer de tudo. Tem que ser o primeiro a entrar na empresa e o último a sair. Vai onde for necessário. Tem que dar apoio aos colaboradores e aos clientes. Na empresa todos fazem de tudo um pouco e eu não sou excepção. Tem que haver polivalência. E penso que esse é o segredo do sucesso da LaborLine. Estamos todos no mesmo barco. Até há pouco tempo estava sempre em cima de tudo mas, felizmente, a empresa cresceu e comecei a ter que delegar funções.Sinto que tive sorte mas a sorte também se procura. Não posso oferecer um produto ao cliente sem ter condições para o satisfazer. Recentemente fizemos um investimento de 70 mil euros numa unidade móvel de Saúde que vai dar apoio, na íntegra, a todos os nossos clientes. Estava na altura de mudarmos o rumo dos acontecimentos e de aumentarmos a nossa área de intervenção.A minha vida pessoal está em stand-by. Por norma levanto-me pelas sete da manhã e nunca sei a que horas acaba o meu dia. Trabalho aos sábados, domingos e feriados se for necessário. Deixei de fazer coisas que gostava de fazer em prol da empresa. Temos que agarrar as oportunidades com unhas e dentes no momento certo. A Laborline faz parte de nós e não podemos descuidar nada. É o filho que ainda não temos. Estamos a plantar para colher, no futuro, o fruto deste trabalho.Tal como todos os bons linhaceirenses somos muito bairristas. Gostamos de trabalhar para o desenvolvimento da nossa terra e gostamos de nos sentir reconhecidos por isso. Estive ligado durante nove anos à Associação Cultural e Recreativa da Linhaceira mas, após abrir a empresa, optei por não me vincular a nenhuma associação. Não quero que digam que pretendo ganhar vantagens. Participamos activamente na organização do nosso Carnaval o que acaba por ser o nosso escape.Não tenho os tais “mil amigos” do facebook mas prefiro assim. Gosto de preservar a minha privacidade. Gosto de cozinhar mas não pode ser por obrigação. Adorava jogar futebol e ir ao cinema mas tive que o deixar de fazer regularmente. Ao fim-de-semana estamos com os amigos. Sou do signo Escorpião e quando alguém pisa o risco fica logo riscado (risos). Tenho dificuldade em dizer que não e dou sempre um voto de confiança a toda a gente, “defeito” que já me prejudicou e à empresa.Venho de uma família humilde e habituei-me a ter que batalhar para conseguir tudo o que tenho. Tenho o sonho de constituir família, de ter pelo menos dois filhos, no fundo ser feliz. E, claro, que a Laborline seja uma empresa de sucesso! Esse é o meu sonho. Não quero ser rico mas ambiciono ter uma boa qualidade de vida e poder dar à minha família tudo o que seja essencial. Se tenho um sonho devo lutar para o concretizar. Devemos querer tentar sempre ir mais longe. De resto.... quem não gosta de viajar? Gostava de conhecer tudo aquilo que não conheço.Elsa Ribeiro Gonçalves

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