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Críticas de arquitecto irritam técnicos da Viver Santarém

Críticas de arquitecto irritam técnicos da Viver Santarém

Autores do projecto de delimitação da Área de Reabilitação Urbana do Planalto de Santarém sentiram-se injuriados pelas opiniões de um técnico da câmara durante o período de discussão pública do documento e acabaram repreendidos pela vereação.

O período de discussão pública do projecto de delimitação da Área de Reabilitação Urbana do Planalto de Santarém contou apenas com o contributo de um cidadão, que é também arquitecto na Câmara de Santarém, mas tal foi suficiente para suscitar polémica. Os autores do projecto (técnicos da empresa municipal Viver Santarém) não gostaram das considerações feitas pelo arquitecto Philippe Tomás Rafael, achando-as injuriosas. O visado, em declarações a O MIRANTE, não quis comentar essas apreciações. A manifestação de desagrado dos técnicos da Viver Santarém acabou por ser alvo de repreensão por parte dos vereadores do PS e o próprio presidente da Câmara de Santarém considerou excessiva a adjectivação usada. O vereador Ludgero Mendes (PS) classificou como de “mau gosto” e uma situação de “competição interna pela negativa” a posição dos técnicos da empresa municipal, sublinhando que a intervenção de Tomás Rafael constituiu um “exercício de cidadania” que “em vez de ser saudada ainda foi considerada injuriosa”.Arquitecto com uma experiência profissional de 17 anos, há muito ligado à Câmara de Santarém e morador no centro histórico da cidade, Philippe Tomás Rafael considerou que a estratégia de reabilitação urbana do planalto de Santarém agora apresentada deixa muito a desejar. E apontou algumas falhas, como a resumida caracterização do centro histórico, que classifica como “um somatório de factos sobejamente conhecidos”, um enquadramento histórico insuficiente e uma análise desajustada da realidade.“Ao incluir nos pontos fortes do centro histórico o estacionamento e a mobilidade intermodal, revela-se o pouco conhecimento da realidade do centro histórico. Tendo em consideração que esta é a única área onde não existe uma oferta de transportes públicos, onde a grande maioria das artérias não permite a existência de estacionamento obrigando os moradores a esforços acrescidos em tarefas simples (como levar as compras até à sua habitação) e eventos e obras que bloqueiam constantemente as artérias, não entendo como podem ser estes os pontos fortes desta zona”, escreve Tomás Rafael a dado passo da sua exposição.Essa e outras considerações caíram mal entre os técnicos da Viver Santarém, que logo no preâmbulo do relatório apresentado ao executivo camarário as classificam como “injuriosas, quer para a imagem da empresa quer para o bom nome dos próprios técnicos”. E é mesmo dado o exemplo de uma das afirmações do arquitecto que causaram mal-estar: “Seria certamente um trabalho mais delicado e cansativo, mas seria de esperar, no entanto, que o mesmo já estivesse realizado tendo em consideração que a apresentação desta proposta ocorre mais de dois anos após a criação da STR-URBHIS” - empresa municipal que entretanto deu origem, através de fusão com mais duas, à Viver Santarém.Os técnicos da Viver Santarém rebatem as opiniões do arquitecto dizendo que as mesmas denotam “confusão entre modelos de operações de reabilitação urbana” e atribuem “demasiada importância a questões menores, sem qualquer influência nas orientações estratégicas do documento”.A delimitação da Área de Reabilitação Urbana do Planalto de Santarém é um passo fundamental para a implementação da estratégia de reabilitação urbana dessa zona da cidade, a vigorar entre 2013 e 2027. Um projecto que visa combater a desertificação da parte antiga e incentivar a recuperação ou requalificação do edificado.
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