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Dois dedos de conversa na aldeia de Degolados

Dois dedos de conversa na aldeia de Degolados

Arminda Martins de Matos, 72 anos, tira o chapéu antes de se deixar fotografar pela objectiva de O MIRANTE sem reservas. É uma das cerca de duas dezenas de pessoas que habita na aldeia de Degolados, freguesia de Carvoeiro, em Mação. De língua afiada, aproveita a presença da repórter para trocar dois dedos de conversa, já que vizinhos por perto não os há. Parámos junto da sua casa após percorrer quilómetros sem ver vivalma. A neta, de dez anos, está na escola e é a habitante mais nova desse lugar. “Moro aqui desde que nasci. Era uma terra cheia de gente mas uns foram para debaixo da terra, outros para o Brasil e os que aqui ficaram ninguém os vê porque, durante o dia, trabalham em Mação”, explica. A crise de que ouve falar na televisão diz que já a conhece há muitos anos, tendo criado os filhos com muita dificuldade.”Pobreza e miséria sempre a gente passou. Vivíamos do que a terra nos dava e de algumas cabritas que criávamos, que nos davam queijo para o ano inteiro”, recorda. No retrato não quis ficar a nora, Maria Piedade Silva, de 45 anos, a principal companhia da septuagenária, e que mora nesta povoação há duas décadas, desde que casou. Explica-nos que o merceeiro vai ali às segundas-feiras e o peixeiro às terças e que sempre que tem que ir ao médico a Abrantes evita ir pela A23, por causa das portagens. A televisão por cabo acaba por ser o elo de ligação ao mundo exterior e a principal distracção para estas duas mulheres que não têm vizinhança para socializar e gostam muito do “descanso” em que vivem. Elsa Ribeiro Gonçalves
Dois dedos de conversa na aldeia de Degolados

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