A União Desportiva e Recreativa da Zona Alta de Torres Novas continua a ser uma colectividade com grande dinamismo. Com trinta e quatro anos de vida, trabalha com mais de quatro centenas de atletas, nas modalidades de atletismo, basquetebol, tiro com arco, ginástica e karaté. Mas o atletismo com quase uma centena de jovens atletas continua sem uma pista para treinar.O ambiente era de festa. Para além de juntar cerca de duas centenas de pessoas no jantar de comemoração do seu 34º aniversário, o clube distinguiu os associados que completaram vinte e cinco anos de sócio e os atletas que mais se destacaram em cada uma das modalidades. O presidente do clube, José Gomes, disse a O MIRANTE que o Zona Alta continua a ser um clube em crescimento. “Estamos a comemorar os 34 anos de vida com a vitalidade que se vê com clareza neste jantar de aniversário. Apostamos forte na formação de jovens atletas. Desportivamente continuamos na rota do sucesso. Mas financeiramente passamos por grandes dificuldades”, disse com alguma mágoa porque entende que o seu clube merecia maior apoio das entidades e forças vivas da cidade.“As empresas estão em dificuldades e nós compreendemos isso e estamos muito agradecidos às que nos continuam a ajudar. As juntas de freguesia também vão ajudando consoante as suas possibilidades. Só da parte da Câmara Municipal de Torres Novas não recebemos qualquer verba já há vários anos. Mesmo assim estamos agradecidos por nos facultar instalações para desenvolvermos as nossas actividades. Mas não temos uma vida fácil, temos cerca de 10 mil euros por mês para pagar. É muito difícil continuar esta casa e toda esta juventude”, disse com alguma tristeza.José Gomes garante que vai ser muito difícil ultrapassar a débil situação financeira do clube. “Em 2012 tivemos um défice de cerca de seis mil euros. Para este ano cortámos nas despesas em todas as modalidades e apelamos a uma maior colaboração dos pais, que felizmente aceitaram o nosso pedido e têm sido um importante ponto de apoio”, disse o presidente do clube acrescentando que do lado da câmara não se nota qualquer evolução na questão dos apoios. “Aceito que também eles estão em dificuldades, mas nós não temos culpa disso, se estamos a fazer um trabalho importante à comunidade devíamos ser compensados por isso”.O Zona Alta também recebeu facturas para pagar a utilização dos recintos municipais onde desenvolve a sua actividade, mas isso não assustou o presidente José Gomes. “Não nos assustámos porque antes de a recebermos fomos informados de que a íamos receber, não naqueles moldes, mas logo a seguir fomos informados pela câmara de que tinha havido um lapso e que o problema ia ser resolvido sem custos para os clubes”.De parte estão postas por completo a construção da sede ou a pista de atletismo para que os sócios tenham uma melhor qualidade de atendimento e os jovens atletas possam progredir. “A questão da sede deixou de ser um sonho, passou a ser um pesadelo. É impensável que tenha alguma possibilidade de levar o projecto por diante. A questão da pista também já está na área dos sonhos quase inconcretizáveis. Não avançou na altura das vacas gordas, agora é apenas uma miragem”, disse José Gomes.“Temos de nos concentrar na gestão do pouco que temos. A nossa preocupação é reprogramar todos os projectos e pedir a colaboração dos sócios e pais dos atletas. No ano conseguimos reduzir custos na área dos transportes , na área da competição de basquetebol deixámos os escalões de seniores e juniores, apostámos mais nos jovens. Se calhar é um erro, mas teria que ser assim ou acabamos”, referiu o presidente. Para além do destaque dado aos campeões nacionais com a camisola do clube: David Sénica e Ricardo Gonçalves campeões nacional na estafeta 4X80 metros no Olímpico Jovem Nacional e João Joaquim campeão nacional juvenil de Tiro com Arco. Foram ainda distinguidos como atletas do ano: Alexandra Oliveira, no atletismo; no basquetebol, Isa Lemos; na ginástica, Catarina Azevedo; no karaté, Vítor Nunes, no tiro com arco, Mário Joaquim.