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Uma equipa de futsal que faz o trabalho de uma equipa de futebol de onze

Uma equipa de futsal que faz o trabalho de uma equipa de futebol de onze

A Escola Agrária de Santarém recebe três vezes menos dinheiro para funcionar do que há dez anos e tem metade dos professores que tinha há três anos. Mesmo assim os cursos ali ministrados aumentaram e os projectos inovadores não cessam. Nas comemorações dos 125 anos de ensino agrário em Santarém, o presidente da instituição elogiou o empenho da comunidade académica mas revelou alguma apreensão quanto ao futuro. “É impossível continuar a pedir tantos sacrifícios às pessoas”, disse António Azevedo.

Nos últimos três anos a Escola Superior Agrária de Santarém (ESAS) passou de 100 para 50 professores e reduziu os seus funcionários não docentes de cerca de 80 para 50. Há dez anos, a escola tinha sensivelmente o triplo de dinheiro para funcionamento anual do que tem actualmente e ministrava menos cursos. Esses dados foram revelados pelo presidente da ESAS, António Azevedo, durante a abertura oficial das comemorações dos 125 anos de ensino agrário em Santarém, na quinta-feira, 2 de Maio, e pretenderam ilustrar os sacrifícios que têm sido pedidos aquela comunidade académica.“Há dez anos tínhamos uma escola com cinco cursos a funcionar em regime diurno. Hoje temos os mesmos cinco cursos, mas funcionamos em regime nocturno, funcionamos ao fim-de-semana, temos cinco cursos pré-universitários de especialização tecnológica e temos uma série de mestrados. Tudo isto tem sido feito à custa de muito sacrifício fazendo de uma equipa de futsal uma equipa de futebol de 11”, afirmou António Azevedo, acrescentando que “tem sido extraordinariamente difícil”, mas ao mesmo tempo compensador “ver que todo este caminho teve um ponto de chegada de que nos podemos orgulhar hoje”. A Escola Superior Agrária de Santarém está a celebrar os 125 anos de ensino agrário em Santarém mas é no futuro que tem os olhos postos, com um investimento de cerca de um milhão de euros em projectos inovadores e em equipamento sofisticado para criar um campo tecnológico de referência.Uma pocilga nova “que parece um hotel cinco estrelas para os leitões”, laboratórios com equipamentos sofisticados, um projecto para fazer hortas académicas, a plantação de uma nova vinha e um projecto de plantação de mais 25 hectares de olival super intensivo são alguns dos investimentos projectados ou já concretizados pela ESAS. “Estamos a criar condições para que este campus seja muito mais auto sustentável, para que possamos virar toda esta infra-estrutura, todo este equipamento, para a sociedade civil. Queremos fazer da escola um espaço de lazer lúdico mas também um espaço de excelência e de aprendizagem”, afirmou o presidente da ESAS no auditório da escola.Apesar disso, António Azevedo vê o futuro com alguma apreensão, referindo que “é impossível continuar a pedir sacrifícios às pessoas”, que “estão cansadas e gastas”. Para o responsável, é necessária a união de vários agentes em torno de um projecto de desenvolvimento que permita potenciar as infraestruturas da Escola Agrária. Um projecto que abranja não só a componente agrícola, empresarial, do ensino e de investigação, mas também as áreas da cultura e do desporto. E para isso, considera, é necessário o envolvimento da Câmara de Santarém enquanto denominador comum e agregador de vontades.O presidente da Câmara de Santarém, Ricardo Gonçalves, respondeu ao repto dizendo que podem contar com a autarquia e agradecendo o trabalho que a ESAS tem feito pela cidade e pelo ensino. “Com os investimentos e a aposta na tecnologia a procura por parte dos alunos virá por acréscimo”, afirmou.
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