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A arquitecta de Coruche que é apaixonada pelo sobreiro

A arquitecta de Coruche que é apaixonada pelo sobreiro

Maria do Castelo é a responsável pelas exposições culturais da Câmara de Coruche

A exposição “Coruche Capital Mundial da Cortiça” que está presente no Palácio Quintela, em Lisboa, até 8 de Junho, saiu das mãos da arquitecta da Câmara Municipal de Coruche, Maria do Castelo, que desenvolve trabalho na área da cultura há mais de 20 anos.

Maria do Castelo, 52 anos, garante que o sobreiro é uma das árvores mais belas que existem. A arquitecta civil da Câmara Municipal de Coruche, que está à frente da organização dos eventos culturais, acredita que o município tem sabido aproveitar a marca da cortiça. A exposição que está no Palácio Quintela, em Lisboa, em torno da cortiça saiu mais uma vez das suas mãos. Levar mais pessoas a visitar Coruche é um dos seus objectivos. É na Rua do Alecrim, em pleno centro de Lisboa, que se descobre um pouco de Coruche. O cheiro a rosmaninho transporta os visitantes de imediato para o campo. Terra, peças de sobreiro e outras plantas apanhadas nos campos de Coruche ajudam a compor um ambiente bucólico. “Estas peças vieram do abate de sobreiros que se realizou para expansão da zona industrial. Outras são de um coleccionador de Santana do Mato”, explica. Maria do Castelo é obreira desta exposição e de praticamente todas as outras que são organizadas pela autarquia. Encontraram-se até caracóis vivos no primeiro dia da exposição. Nas paredes estão expostas fotografias onde elementos do rancho de Santana do Mato vestiram a pele de tiradores de cortiça. Outra sequência mostra outro coruchense a preparar um cortiço e existem ainda várias imagens que retratam as paisagens e plantas que se encontram no montado de sobro. No chão um pequeno banco em madeira resultou do aproveitamento de um ramo que saiu da limpeza de sobreiros. São conhecidos por “cadelas”. Os trabalhos pertencem ao espólio da autarquia e são usadas para divulgar o montado, a cortiça e a própria imagem de Coruche. “O que quisemos foi trazer o habitat em que o sobreiro se insere e a diversidade que o envolve para esta exposição. O ambiente aqui é a árvore e depois quem a trabalha”, revela Maria do Castelo. Poemas de Eugénio de Andrade e Alberto Caeiro acrescentam o tom poético a esta exposição. Há 22 anos a trabalhar na autarquia, esta é mais uma exposição em torno da cortiça que Maria do Castelo preparou. O seu entusiasmo e paixão pelo sobreiro são por demais evidentes. “A cortiça é um material muito natural e o sobreiro é uma das árvores mais belas que existem. Gosto das texturas, cores, diferenças de luz que um sobreiro proporciona”. Na sua opinião, o município de Coruche tem sabido aproveitar a marca cortiça e deste modo diferenciar-se de outros onde o montado de sobro também está muito presente, mas onde não se tem sabido tirar valor dessa realidade. “Espero que esta exposição ajude a levar mais gente a descobrir Coruche”, conclui a arquitecta. Também Alberto Caeiro deixa o apelo no poema que está exposto e pertence a “O Guardador de Rebanhos”: “Nas cidades a vida é mais pequena/ Que aqui na minha casa a meio deste outeiro/ Nas cidades as grandes casas fecham a vista à chave/ Escondem o horizonte, empurram o nosso olhar para longe de todo o céu”.
A arquitecta de Coruche que é apaixonada pelo sobreiro

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