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O maior aldrabão é político

Comentário
Às vezes pergunto-me sobre o que me move! Que razões tenho para continuar a fazer as mesmas coisas de há vinte anos e a cair nas mãos de passarões e passaronas que me usam como quem usa sabão azul. O que é que eu ganhei em ter passado tantas noites sem dormir a queimar as pestanas, trabalhando no duro durante o dia, para agora me entregar a um projecto que tem apenas como missão fazer serviço público?Só tenho uma resposta: como gosto da política mas não suporto a vida política, o jornalismo permite-me a mesma intervenção pública e preocupada sobre o colectivo em que estou inserido. Também eu penso que se a sociedade falhar eu também falharei como homem e como cidadão. Não consigo ainda pensar que chegou a hora de viver dos rendimentos que é coisa que muita gente faz, até antes de ter rendimentos, vivendo, é claro, dos rendimentos dos outros. Tenho projectos de vida fantásticos e excelentes condições para os concretizar mas isso obriga-me a afastar-me do meu trabalho dos últimos anos. Todos os dias penso no assunto. Todas as manhãs salto da cama e digo: é hoje que dou a estocada final no toiro que sou eu próprio e deixo que a espada ensanguente o meu cachaço.O maior mentiroso que encontrei na minha já longa vida disse-me, muito antes de eu perceber que ele era um aldabrão, que ia candidatar-se a um cargo público porque estava na hora de devolver ao país aquilo que o país lhe tinha dado. Vim a saber mais tarde que afinal ele foi para a política porque precisava de safar a vidinha que estava pelas ruas da amargura. Nunca mais saiu; troca de amigos como quem troca de camisa: e só falta que um dia destes caia na fossa que é o que acontece a todos os que só mexem em esterco.Uma última nota: a Câmara de Santarém, de Francisco Moita Flores, agora de Ricardo Gonçalves, está numa classificação vergonhosa relativamente às que pagam mais tarde aos seus fornecedores. Para ganhar a câmara há quase oito anos uma das bandeiras políticas de Moita Flores foram as dívidas dos seus antecessores. Alguém tem dúvidas que a palavra desta gente já não vale para nada? JAE

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