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Maria Lúcia Duarte

Maria Lúcia Duarte

Empresária, 47 anos, Tomar

“O que noto em algumas famílias é que por vezes não têm dinheiro para dar de comer aos filhos e gastam dinheiro com os animais. Isso choca-me. Em certas situações acho que as pessoas tratam melhor os animais que a própria família”* * *“Nunca fui de gastar muito dinheiro em idas ao cinema ou restaurantes. Os meus pais sempre me habituaram a poupar, por isso talvez não sinta tanto a crise como os outros. Sempre aprendi a não gastar mais do que tinha”* * *“Eu de Tomar gosto de tudo. É a cidade mais bonita que já conheci. Já viajei algumas vezes dentro e fora do país e nunca encontrei uma cidade com a beleza de Tomar. Penso que o que faz falta em Tomar é a criação de mais empresas que, por sua vez, originem postos de trabalho”

Que balanço faz da sua participação no Congresso da Sopa?Faço um balanço muito positivo. O Café Santa Iria, da qual sou proprietária, participou pela primeira vez nesta iniciativa e conseguimos superar todas as nossas expectativas. Esgotámos os duzentos litros de sopa que levámos em pouco tempo. Todos os dias, de segunda-feira a sábado, temos sopa à disposição dos clientes. A mais famosa é a nossa sopa de peixe, que temos sempre às sextas-feiras.Concorda com a abolição dos feriados no calendário?Como empresária, tenho que dizer que não porque é nos dias feriados que tenho mais clientes. Por isso, quanto mais feriados houver melhor para a nossa restauração. Gosta de ver reality-shows na televisão? Não, não gosto mesmo nada. São programas de entretenimento que acho de muito mau gosto. O país precisa de programas decentes e não de programas que levem à libertinagem.Ter um animal de estimação nos dias que correm é um luxo?Em certas famílias acho que sim. O que noto em algumas famílias é que por vezes não têm dinheiro para dar de comer aos filhos e gastam dinheiro com os animais. Isso choca-me. Em certas situações, acho que as pessoas tratam melhor os animais que a própria família.A crise levou-a a mudar hábitos? Não. Nunca fui de gastar muito dinheiro em idas ao cinema ou restaurantes. Os meus pais sempre me habituaram a poupar, por isso talvez não sinta tanto a crise como os outros. Sempre aprendi a não gastar mais do que tinha. O que é que gosta mais de Tomar? E o que é que faz mais falta?Eu de Tomar gosto de tudo. É a cidade mais bonita que já conheci. Já viajei algumas vezes dentro e fora do país e nunca encontrei uma cidade com a beleza de Tomar. Penso que o que faz falta em Tomar é a criação de mais empresas que, por sua vez, originem postos de trabalho.O que é que gosta mais na sua profissão?Sem dúvida alguma que é o contacto com o público. Poder dar um sorriso ou uma palavra amiga faz-me feliz. Se os outros estão felizes eu também estou feliz. Qual é o doce ao qual não resiste? Não resisto a uma boa fatia de Molotoff com muito caramelo. No plano oposto, não consigo comer nenhum prato que leve caril.Já foi a alguma manifestação contra as medidas de austeridade? Não, nunca fui a nenhuma. Penso que as manifestações surtem pouco efeito nos políticos embora as imagens que vêem e as palavras que ouçam através da comunicação social os obriguem a reflectir um pouco sobre a condução das suas políticas. Quem é que levava para uma ilha deserta?Levava os meus queridos filhos, claro. O que se podia fazer para combater o vandalismo na cidade?Recentemente passei por uma situação que me causou bastantes prejuízos, pois um dos enormes chapéus da esplanada foi incendiado, num acto de puro vandalismo e ficou completamente inutilizável. No espaço de uma semana, foi o segundo caso de vandalismo no meu café, uma vez que também tentaram partir o corta-vento, que ficou a abanar. Com estes exemplos, não posso dizer que me sinto segura. Acho que se devia fazer mais vigilância nocturna mas julgo que, a este propósito, a PSP também se debate com falta de pessoal. Porque é que num dia chove e no outro dia faz sol?São consequências dos actos menos conscientes que temos feito ao planeta Terra. Já não há estações do ano definidas e estas alterações climatéricas abruptas deviam fazer-nos reflectir sobre o que andamos a fazer à nossa casa, ao nosso mundo.
Maria Lúcia Duarte

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