O que a motivou para avançar com este projecto do Centro de Negócios e Inovação de Rio Maior?A minha principal motivação, como presidente de câmara mas também como riomaiorense e empresária que fui antes do meu envolvimento com a vida pública, foi proporcionar a quem quer investir no nosso concelho, a quem tem ideias de investimento e precisa de ajuda na sua concretização e financiamento ou a quem já é empresário e necessita de ajuda no desenvolvimento do seu negócio, um espaço onde todas estas vertentes pudessem ser acompanhadas por técnicos qualificados. Para mim este centro poderá ser um motor de desenvolvimento do concelho pois, indirectamente, a sua actividade pode gerar mais postos de trabalho e mais riqueza para Rio Maior.O emprego não é uma competência directa da autarquia. O que a levou a preocupar-se com esta área?Penso que qualquer presidente de câmara tem sempre como preocupação o bem-estar dos seus munícipes. Apesar de haver diversas instituições a tutelar a área do emprego, não ficaria bem comigo mesma se a Câmara de Rio Maior não tivesse papel activo na criação de emprego. Temos conseguido, em conjunto com os nossos parceiros, aproveitar as mais valias que o concelho tem, quer pela sua localização estratégica, quer pelas acessibilidades de que dispõe, para aqui fixar empresas e gerar empregos.Já neste mandato, Rio Maior inaugurou a primeira ALE (Área de Localização Empresarial) do país, instalou na mesma duas grandes empresas e agora surge um novo projecto na área empresarial. Porquê a prioridade nesta área?Em executivos anteriores, o desenvolvimento do concelho foi pensado em torno da mais-valia que representam o nosso Complexo Desportivo e também a Escola Superior de Desporto de Rio Maior. Este eixo de desenvolvimento, embora positivo se bem aproveitado, não pode ser o único para um concelho como Rio Maior. Por isso estamos a promover também actividade turística, que tem aumentado nos últimos anos, e na promoção de Rio Maior como concelho onde se pode investir com qualidade. Criámos condições para que os potenciais investidores olhem para as ferramentas que temos à sua disposição e digam que é aqui que querem investir, pois encontraram o apoio e a celeridade de processos que os investimentos hoje exigem.O que é para si o empreendedorismo?Para mim um empreendedor é alguém capaz de sonhar com um determinado produto ou serviço inovador, capaz de colocar essa ideia no papel e que tenta ultrapassar todas as barreiras, como por exemplo o modo de financiamento ou a burocracia, para concretizar o seu projecto.Recentemente a Nobre, uma das maiores empresas do concelho, decidiu continuar em Rio Maior, encerrando outra unidade e aqui concentrando a sua presença em Portugal. Teve uma intervenção activa neste processo?Posso apenas dizer que a câmara municipal foi contactada pela administração da Nobre Alimentação, SA para discutir assuntos de interesse para o concelho, onde a possibilidade de saírem de Rio Maior estava em cima da mesa. Foi um assunto em que me empenhei pessoalmente, com preocupação e proactividade, e que resultou na decisão já conhecida de, não só concentrar a sua actividade produtiva em Rio Maior, como realizar investimentos de fundo na modernização de parte das suas infra-estruturas locais, com a criação de novos postos de trabalho. Estou extremamente satisfeita com a forma como tudo se processou e existe uma relação de proximidade e confiança entre a câmara municipal e a administração da Nobre Alimentação, SA.Porque considera que as câmaras devem ter um papel activo na área empresarial?As câmaras devem ter um papel activo na criação de condições para a instalação e criação de empresas nos seus concelhos. Devemos fornecer aos investidores as melhores soluções para satisfazer as suas necessidades e assim fixar emprego, fixar geradores de riqueza, riqueza essa que a câmara pode depois redistribuir por todo o concelho. Em Rio Maior o eixo Área de Localização Empresarial, Zona Industrial, Centro de Negócios e Inovação será o motor dessa estratégia. E, na conjuntura actual, o público deve ter o privado como parceiro estratégico. O desenvolvimento de um concelho, e sua vantagem competitiva regional, passa muito pela sua capacidade de se tornar atractivo para investir.Quais os objectivos para o novo Centro de Negócios?O Centro de Negócios vai proporcionar a quem quer investir no nosso concelho, a quem tem ideias de investimento e precisa de ajuda na sua concretização e financiamento ou a quem já é empresário e necessita de ajuda no desenvolvimento do seu negócio, as ferramentas necessárias para atingir os seus objectivos. De que valências é composto o Centro de Negócios?Paralelamente à incubação de empresas, que vai ter o apoio de técnicos especializados na área, o Centro dispõe de 2.300m2 de área totalmente dedicados às empresas com um conjunto de infra-estruturas de apoio aos empresários, como sejam auditório, salas de Co-Work, de uma área destinada à formação profissional, com cursos promovidos pelo IEFP, e de um Gabinete de Inserção profissional. O Centro já está em funcionamento?Conseguimos dar início à actividade deste Centro com algumas empresas já em incubação e outras em funcionamento pleno, caso dos Parques de Negócios do Vale do Tejo, e o objectivo último é que dali saiam negócios viáveis que contribuam para a prosperidade do concelho de Rio Maior e para a criação de novos postos de trabalho. Não só para fazer face às necessidades locais mas, numa última fase, atraindo novos habitantes para o concelho. Rio Maior quer afirmar-se como polo empresarial de excelência nas diferentes vertentes que este Centro vem completar.