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“Gosto de ter tudo organizado mas lido bem com o imprevisto”

“Gosto de ter tudo organizado mas lido bem com o imprevisto”

Assumiu a gerência exclusiva da empresa de materiais de construção “Manuel dos Santos Grave”, após 20 anos a trabalhar na mesma. A polivalência de funções e a escola da vida transformaram-no no empresário de sucesso que hoje é, nunca desistindo de aprender mais sobre o mundo dos negócios. Considera-se uma pessoa positiva e de sorriso fácil. Os seus tempos livres são passados com família e amigos.

Comecei a trabalhar com 16 anos. Estudei em Torres Novas mas abandonei os estudos, em 1981, para vir trabalhar para a empresa. Primeiro estive no atendimento ao balcão e, dois anos mais tarde, quando tirei a carta comecei a andar na rua a angariar clientes e a fazer entregas. Em 2001, porque o patrão já tinha uma certa idade e a economia atravessava um período difícil, acabei por ficar com a empresa. Em criança nunca tive uma profissão de sonho. Quando comecei a trabalhar com materiais de construção gostei logo deste ramo especialmente da parte das vendas e do contacto com as pessoas. Hoje em dia posso dizer que faço aquilo que gosto e aquilo que quero. Não gosto muito de estar no escritório de volta dos papéis mas tem que ser. Tentei dinamizar e fazer crescer a empresa. Mudámos para as actuais instalações há seis anos, onde juntámos todos os sectores relacionados com os materiais de construção, num único espaço de 800 metros quadrados, tendo ainda mais um armazém com 350 metros quadrados e o parque de estacionamento. Actualmente somos quatro funcionários na empresa e o nosso raio de acção estende-se a vários concelhos vizinhos. Há quem pense que sou o Sr. Manuel Grave. Aliás, sou conhecido por três ou quatro nomes: Manuel, Pedro, Pedro Grave e Pedro Mota. O último é que está correcto. Esta empresa é antiga, foi fundada em 1949, e o meu patrão já era o filho do genuíno Manuel dos Santos Grave. Nunca pensei mudar o nome da empresa. As primeiras instalações eram numa loja pequenina na Rua Serpa Pinto, no centro histórico de Torres Novas. Uma pessoa amiga da minha família sabia que eles precisavam de um moço e eu aproveitei a oportunidade, Fazia de tudo um pouco na loja por isso, quando assumi a empresa, nada disto para mim era estranho. É mais difícil ser empresário do que trabalhador por conta de outrem. Nos dias que correm, não há um tempo de aprendizagem para que se possam conhecer os mercados, os produtos, os clientes. Esse conhecimento, da minha parte, foi adquirido pela experiência. Aplico ao meu negócio a filosofia de uma grande superfície mas onde os clientes têm um atendimento personalizado. Até acho que quanto mais concorrência por perto tivermos melhor uma vez que por vezes as pessoas não encontram o que pretendem nesses sítios e acabam por vir até nós. O mais importante é levantarmo-nos de manhã e fazer aquilo que gostamos. Acordo sempre muito cedo, pelas 6h30 da manhã e, antes de sair de casa já tenho trabalho despachado de véspera. Levo sempre trabalho para fazer à noite, desde orçamentos a lançamentos de facturas. Dou uma volta antes de entrar na empresa pelas 10 horas e nunca saio antes das 21horas. Também trabalho aos sábados, domingos e feriados. Quem é empresário dificilmente consegue desligar a ficha.Nas férias levo sempre o telemóvel e o computador comigo para estar contactável. Mas se tiver um jantar ou uma festa de família consigo desligar do trabalho. Tem que existir um controlo e uma gestão rigorosa para que não haja falhas quer com clientes, quer com fornecedores. Numa falha podemos perder um cliente que levou um ano a conquistar. Gosto de organizar o trabalho para o dia seguinte mas lido bem com o imprevisto. Penso sempre na solução e nunca no problema. Os problemas são para ultrapassar não para ficarmos agarrados a eles. Tenho uma vida social activa. Integrei a junta de freguesia de Santa Maria em Torres Novas, pelo PSD, mas deixei as funções autárquicas há dois anos. Também fui presidente de uma colectividade da minha terra (Foros da Barreta) e sou vice-presidente da ACIS - Associação Empresarial de Torres Novas, Entroncamento, Alcanena e Golegã. É nestas alturas que se proporcionam alguns escapes ao trabalho. Se tiver problemas para resolver prefiro não ir. Tenho conseguido conciliar o trabalho com a família. A minha esposa trabalha comigo, sendo a responsável pelo sector das tintas e os meus filhos estão os dois na Universidade. Gostava que trabalhassem na empresa mas eles optaram por outras áreas e eu não os pressiono. O meu maior objectivo é o seu bem-estar. Fui jogador e treinador de futebol. Sou sócio do Benfica e vou ao estádio assistir a jogos duas ou três vezes por ano. Costumo dar uma volta de bicicleta com amigos aos domingos de manhã porque engordei muito desde que fiquei com a empresa (risos). Considero-me uma pessoa bem disposta. Olho sempre para a vida num sentido positivo. Elimino as questões negativas muito facilmente.Elsa Ribeiro Gonçalves
“Gosto de ter tudo organizado mas lido bem com o imprevisto”

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