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Cães de raça perigosa também vão a concurso mas chumbam se forem agressivos

Cães de raça perigosa também vão a concurso mas chumbam se forem agressivos

Vila Franca de Xira foi palco para mais uma edição da “Exposição Canina”
Os cães de raça perigosa também são admitidos nos concursos de beleza canina mas chumbam se forem agressivos ou demonstrarem comportamentos violentos para com outros cães. Na última exposição canina de Vila Franca de Xira, que juntou um milhar de animais de Portugal, Espanha e França, participaram mais de uma centena de cães de raças potencialmente perigosas, como o Bulldog, Bull Terrier e Rottweiler.O único a ficar banido dos concursos é o Pitbull, demasiado perigoso e que não é considerado uma “raça” pela Federação Cinológica Internacional, por ser um cão geneticamente desenhado e aperfeiçoado pelo homem.“Uma das principais causas de desclassificação do cão é ser agressivo. É um defeito gravíssimo hoje em dia um cão ser agressivo, independentemente da raça. Mas tirando isso concorrem lado a lado com todos os outros”, explica Manuel Loureiro Borges, vice-presidente do Clube Português de Canicultura, uma das entidades organizadoras do evento em parceria com a câmara municipal. No dia dos concursos os cães “mauzões” chegam de pêlo aparado, coleira dourada e perfume como todos os outros. Mas o stress a que ficam sujeitos durante todo o dia já tem causado problemas. “Alguns cães (de raça perigosa) têm mais força que os donos e já tivemos júris que ao se aproximarem do cão iam sendo mordidos. Esses cães são logo desclassificados mas apanham-se muitos sustos”, revela a O MIRANTE um dos júris da edição deste ano da exposição canina. Alguns donos de cães de raças perigosas, ouvidos pelo nosso jornal, garantem que os cães são mansos se forem bem ensinados. “O problema é que os vendedores destes cães deviam alertar as pessoas que os compram para o facto de terem de ser bem treinados ao longo da vida. Um cão destes sem qualquer treino é uma arma”, nota Óscar Bento, dono de um Rottweiler. O dono de um Boxer, Fernando Brito, partilha da opinião. “É preferível não venderem os cães do que venderem a uma família com crianças que não pretende treinar o cão. Isso é um desastre e é muito perigoso”, refere.O encontro já se realiza há 30 anos mas esteve interrompido nos últimos dois anos devido às obras de construção do novo pavilhão do Cevadeiro. A edição deste ano marcou a 20ª edição do concurso nacional e a 18ª edição do concurso internacional. Na exposição os exemplares desfilam perante um júri e candidatam-se aos prémios a concurso, havendo categorias para “jovem promessa macho/fêmea”, “melhor par”, “melhor cachorro”, “melhor veterano” e “melhor criador”. O título mais cobiçado é o “best in show”, uma espécie de finalíssima onde os melhores exemplares competem pela vitória absoluta do evento.Concursos são uma oportunidade para ganhar dinheiroOs concursos caninos servem também para alguns criadores e tratadores ganharem muito dinheiro a vender os cães. Além dos participantes aparecem muitos criadores que pretendem vender, longe dos olhares do fisco e da organização, alguns cães aos apreciadores e curiosos que ali circulam. No recinto, O MIRANTE encontrou um desses vendedores que, mostrando fotos de cães que tinha dentro de uma carrinha estacionada no exterior do parque urbano, propunha a venda de exemplares que custavam entre os 800 e os 3500 euros cada, sem vacinas nem “garantias”. O homem, cuja identificação não quis revelar, garantiu que neste tipo de exposições consegue sempre, pelo menos, vender dois cães. O responsável do Clube Português de Canicultura, Manuel Loureiro Borges, diz que este é um passatempo “caro” mas que está em contra-ciclo com a crise. “Tem havido cada vez mais adesão e não se tem notado uma redução de participantes”, confessa.
Cães de raça perigosa também vão a concurso mas chumbam se forem agressivos

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