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Quinta do Bill com a Banda da Filarmónica Gualdim Pais num concerto único

Quinta do Bill com a Banda da Filarmónica Gualdim Pais num concerto único

O concerto de dia 19, sexta-feira, inclui vinte e uma músicas do grupo pop/folk de Tomar

São mais de sessenta os músicos que vão estar em palco na praça de touros José Salvador. Os ensaios já decorrem há algum tempo e o entusiasmo é enorme. Os elementos da Gualdim Pais cresceram a ouvir Quinta do Bill. O professor e compositor Nuno Leal fez os arranjos e o resultado é surpreendente. Com poucos apoios mas muita vontade a esperança do sucesso do espectáculo reside no público. Os bilhetes são a dez euros.

Pela porta entreaberta da sala de ensaios, vem o som da canção “No Trilho do Sol”, editada em 1996. Entra-se e o calor é de ananases, como diria Eça de Queirós. Duas bandas frente a frente, num ensaio para um encontro inédito na noite de 19 de Julho, sexta-feira. Os Quinta do Bill, ainda na ressaca das celebrações dos 25 anos de carreira e a Banda da Sociedade Filarmónica Gualdim Pais, com um historial de 136 anos.As duas formações musicais de Tomar vão unir-se por uma noite no palco que irá ser montado na praça de touros da cidade, que tem o nome, José Salvador. A ideia surgiu há muitos meses. Foi a Gualdim Pais que lançou o desafio à Quinta do Bill. A história é contada a O MIRANTE pelo compositor e vocalista Carlos Moisés antes da entrada para a sala da colectividade onde sessenta músicos ensaiam as vinte e uma músicas que constituem o alinhamento do concerto.“Ajudou muito o facto do professor Nuno Leal, que é professor de composição e compositor e que eu conheço há muitos anos, ter-se disponibilizado para assumir a responsabilidade dos arranjos. Ele baseou-se nos arranjos que já tínhamos feito para a Quinta do Bill mas teve que fazer as devidas adaptações para a Gualdim Pais. Nós já tocámos algumas vezes com mini orquestras de cordas mas é a primeira vez que vamos tocar com uma filarmónica”, explica Carlos Moisés. E acrescenta. “O Nuno meteu o seu cunho pessoal neste trabalho. Ele é um erudito. Primou pela dignidade dos arranjos. As pessoas quando ouvirem o resultado vão perceber que se trata de algo feito com muito bom gosto e com muita dignidade”. O maestro Hermenegildo Campos é dos primeiros a chegar ao ensaio e assume o seu posto à frente dos jovens músicos da sua banda. Nuno Leal aparece com mais partituras para distribuir. Os Quinta do Bill vão montando o seu material à medida que chegam. Há tanto de disciplina como de informalidade. A maior parte das pessoas veste roupas leves. Com os instrumentos os músicos trazem também garrafas de água mineral. Algumas de litro e meio. Há alguns professores da Gualdim Pais que também vão tocar com a Banda. A escolha do reportório é explicada desta forma. “Baseamo-nos no nosso historial de palco. É óbvio que vamos tocar as canções que as pessoas melhor conhecem mas também fomos buscar canções que há muitos anos não tocávamos e achámos que era interessante trazê-las de novo à ribalta com novos arranjos”. Sobre eventuais limitações à espontaneidade da Quinta do Bill e aos espaços de improviso que surgem naturalmente nos concertos o fundador da Quinta do Bill diz que está tudo previsto. “Habitualmente os músicos da Quinta do Bill usufruem muito da improvisação porque têm liberdade para isso. Com os músicos a tocar por pauta e a seguir uma estrutura pré-definida, temos, de certa forma, que estar também condicionados a essa estrutura mas o espectáculo não vai ser, de forma nenhuma, apenas para ouvir. Também vai ser para pular. Como as pessoas devem imaginar o espectáculo está a ser estudado. Está a ser montado e tudo tem que ser previsto”, diz o vocalista da Quinta do Bill.O palco vai ser preparado para o público poder ver todos os músicos. Vai haver um reforço em termos de luzes e em matéria de som. Há momentos em que a Quinta do Bill ficará sozinha a tocar. Essas alturas serão aproveitadas para afinação de instrumentos. “Esperemos que a temperatura esteja mais amena porque os instrumentos desafinam muito com o calor. E nós temos a prova nos ensaios”, explica Carlos Moisés. Sobre outras dificuldades nos ensaios afirma que não têm existido. “A dinâmica é muito boa. A banda é muito jovem. Malta nova que embarcou nisto com muita paixão e nota-se que eles já conheciam as músicas da Quinta do Bill e que gostavam da Quinta do Bill. Para eles esta experiência é muito enriquecedora”. A mesma opinião tem o maestro. “Já tocávamos alguns temas da Quinta do Bill nos nossos concertos, nomeadamente o “Filhos da Nação”. Estamos entusiasmados com esta aventura”, afirma Hermenegildo Campos.“Só podemos contar com o público”O espectáculo é único e há muita vontade de o gravar com qualidade suficiente para poder vir a ser editado. Mas essa situação só poderá concretizar-se com apoios e na actual situação entidades e empresas que habitualmente patrocinavam as artes estão a responder negativamente às solicitações já feitas. A única esperança reside agora no público. Os bilhetes continuam à venda e o preço é de dez euros. Bastante acessível tendo em conta o que se irá passar em palco.
Quinta do Bill com a Banda da Filarmónica Gualdim Pais num concerto único

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