Esta notícia é mesmo um reflexo da campanha eleitoral em curso. Aliás, na mesma é referido que o LNEC há 6 anos interrompeu a operação de monitorização das Barreiras de Santarém, o que demonstra bem o desinteresse e o desleixo das entidades oficiais em resolverem o problema que existe e é do conhecimento público. Mesmo não havendo dinheiro, parece ser politicamente oportuno que estes senhores se mostrem aos eleitores, nem que seja para dizerem que estão a tentar arranjar uma solução para um problema que já se arrasta há décadas. Aliás, não é por acaso que existe também um projecto, há muitos anos, para a construção de uma variante ferroviária a Santarém porque os técnicos sabem bem que a circulação ferroviária também pode vir a sofrer consequências gravíssimas quando as Barreiras de Santarém caírem. E essas consequências gravíssimas resumir-se-ão “só” ao corte das ligações ferroviárias entre o Sul e o Norte, e vice-versa, até porque a Linha do Oeste que antigamente servia de alternativa às ligações ferroviárias entre Lisboa e o Porto está completamente desadequada para tal serviço na medida em que os sucessivos governos deixaram de lá investir e é uma linha quase que ao abandono.A queda das Barreiras poderá vir a acontecer num Inverno qualquer mais rigoroso. É tudo uma questão de tempo, se entretanto tudo continuar na gaveta como tem estado. Só faltarão depois as desculpas esfarrapadas do costume. Mas ainda bem que há eleições para que certos assuntos sejam falados, mesmo que depois voltem para as gavetas do esquecimento, como há muito estamos habituados.Carlos Manuel Rodrigues Pinheiro