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A pé

As vantagens do comboio em relação aos transportes rodoviários são óbvias, e claras. A bicicleta assume-se cada vez mais como veículo solidário. Scooters e motos de baixo consumo, com catalisador ou mesmo eléctricas são uma alternativa a considerar. Todavia, é no caminhar que o homem é mais natural. Andar a pé é a melhor, mais simples e salutar das atividades físicas. Há alguma forma melhor de viver uma cidade do que percorrê-la a pé?Por que razão estamos esquecidos de andar a pé? Por que nos levaram a esquecer a possibilidade de caminharmos 2, 3 ou mais quilómetros até ao emprego ou escola? O curioso é que se criam novas acessibilidades, parques de estacionamento, corredores bus, etc. E o peão? O que se faz nas terras do Tejo, e nas outras, que convide as pessoas a caminharem? Faltam iniciativas que visem criar condições para as pessoas andarem pelas cidades. Aqui ao lado, em Vitoria – cidade basca com cerca de 200 000 pessoas – é possível percorrer a cidade, dos novos bairros ao centro histórico, por corredores pedonais com todas as condições de segurança, conforto e “privilégio”. Se é possível em Vitoria porque não o é nas nossas terras?Investimos muito no automóvel, encurtamos as distâncias percorridas a pé, ao estacionarmos à porta do destino, e depois pagamos (e bem) para frequentar o ginásio. Introduzir algumas mudanças nos nossos hábitos é um passo decisivo para melhorar a qualidade de vida. Qualquer exercício é bom quando se pratica regularmente – aumenta a capacidade pulmonar, melhora a utilização da glicose, diminuiu as gorduras corporais e a atividade do sistema nervoso, baixa a pressão sanguínea em repouso, diminui a tensão muscular, reduz a ansiedade e aumenta a auto-estima.Por sorte, caminhar pode fazer parte da nossa vida quotidiana e não há exercício físico mais rentável no que respeita à saúde. Nenhuma outra atividade física proporciona tantos benefícios no organismo com tão pouco esforço. Por isso, caminhar não é uma perda de tempo nem uma forma de nos cansarmos inutilmente. Depois das férias, neste regresso às rotinas diárias, assuma o propósito de andar a pé; há sempre, mas sempre, uma boa razão para o fazer.Mais importante que a distância percorrida é a periodicidade, por isso é conveniente criar o hábito de andar.Enquanto as nossas terras, mesmo as ribatejanas, estão entregues aos automóveis e não se pensar em devolve-las às pessoas, resta-nos o campo. E no que respeita ao campo, aqui no Tejo, temos condições privilegiadas. Ande, pela sua saúde.Carlos Alberto CupetoProfessor na Universidade de Évora, cupeto@uevora.pt

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