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Agitador Manuel Serra d’Aire

O candidato do PS à Câmara do Cartaxo ainda tem por receber uma boa maquia dessa autarquia à conta do subsídio de reintegração na vida profissional que pediu quando renunciou ao cargo de vereador em 2008. O que pode levar os mal intencionados a pensar que Pedro Ribeiro quer tanto ser presidente da autarquia (de onde saiu por vontade própria há meia dúzia de anos) porque essa pode ser a única forma de garantir que recebe o guito que o actual presidente, e seu adversário nas eleições, não lhe paga. E afinal de contas são quase 13 mil euros, o que nesta altura do campeonato não é nada de deitar fora.Sinceramente não sei o que me diverte mais neste rocambolesco caso: se uma câmara com calotes tão velhos aos seus antigos autarcas (e era bom que fossem só eles as vítimas); se o pagamento de subsídio de reintegração - aberração já extinta, felizmente - a políticos quando estes tinham de voltar para a sua vida profissional, como se essa fosse uma situação particularmente dolorosa. E, bem vistas as coisas, até acredito que fosse, pois deixar os bons salários, as ajudas de custo, as despesas de representação, as secretárias e assessores e outras mordomias para voltar ao banco, ao escritório, à escola, à empresa ou à fábrica não deve ser nada fácil. Mas nem foi esse o caso do ex-autarca Pedro Ribeiro, que quando deixou a Câmara do Cartaxo e pediu o subsídio já estava encaixado em Lisboa como adjunto do então secretário de Estado adjunto e da Justiça Conde Rodrigues, ex-presidente da Câmara do Cartaxo. Ou seja, o subsídio que não recebeu foi pela reintegração que não teve de enfrentar. Parece-me pois absolutamente justo e as coisas deviam ficar assim.Como tu bem assinalaste, este país está a tornar-se perigoso para gente como nós que gosta de chamar os bois (e as vacas) pelos nomes. Veja-se a preocupação dos moralistas do Bloco de Esquerda com a história dos piropos. Claro que vindo de um partido que mete tudo no mesmo saco, qualquer indício de discriminação é um atentado. Mas, porra, uma gaja boa é uma gaja boa, um camafeu é um camafeu e o José Castelo Branco é o José Castelo Branco... E o que é bom merece ser valorizado, distinguido, acarinhado, sempre ouvi dizer. Uma mulher de pernas bem desenhadas, por exemplo, merece ouvir uma boca do tipo: “gostava de ser apertado pelo teu alicate até me saltarem os olhos da cara”. A própria dirigente bloquista Catarina Martins é digna de uns piropos, porque a mulher até tem o seu quê. Mas com as companhias que anda não se safa, coitada. Dos seus camaradas só vai levar com moções e palavras de ordem. Coisas que, presumo, não fazem muito pela auto-estima feminina. Se precisar de apoio nessa área é só falar, que cá o Serafim está pronto para ajudar a levantar-lhe o moral. Até já tenho meia dúzia de piropos alinhavados. Topa-me só estes: “Se fosses um cubo de gelo derretia-te toda” ou “que rica sardinha para o meu gatinho”. Achas que são dignos ou demasiado brejeiros? Com esta interrogação dou aos calcantes, despedindo-me com um abraço quebra-costas doSerafim das Neves

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