Moro no Entroncamento, nas proximidades da Igreja da paróquia da Sagrada Família, conhecida por Igreja Matriz. Escrevo este e-mail numa altura em que os sinos da Igreja repicam festivos. É domingo e são dez da manhã. Tenho as janelas da casa abertas e há minutos ouvi também um galo a cantar. Vieram-me à lembrança imagens da aldeia da minha infância. Não sou nostálgico do passado. Tenho computador, não consigo viver sem internet e sem telemóvel (smartphone) e sou adepto do progresso embora discorde do progresso a qualquer preço. Tive educação religiosa e afastei-me da igreja católica por uma infeliz sucessão de maus padres que se foram atravessando no meu caminho. O meu comentário tem a ver com algumas notícias que vou lendo relativas a pessoas (há algumas aqui na vizinhança) que se queixam do “barulho” dos sinos. Ontem às oito e meia da manhã fui acordado pelo barulho de obras. Compreendo a necessidade das obras mas prefiro o som dos sinos e tanto num caso como no outro, tudo se passou dentro das horas estipuladas pela lei do ruído. Quando se calarem os sinos e os galos muita gente ficará feliz. Quanto a mim, espero já ter morrido.António de Carvalho