Sempre fui sensível aos dramas humanos e depois de ter visto um presidente de câmara ir preso, custa-me ver agora outro recente ex-autarca ir pedir esmola ao seu sucessor numa reunião de câmara porque já não tem dinheiro para comer. Bem diz o povo que um mal nunca vem só e o caso do ex-presidente da Câmara de Azambuja, Joaquim Ramos, confirma tal ditado. Não lhe bastava a grave doença que o acometeu e obrigou a meter baixa e ainda tem de se haver com a falta de pagamento de cinco meses de salário por parte da autarquia. Mas uma coisa, pelo menos, é de sublinhar nesta história toda: o novo presidente de Azambuja é tão poupadinho, tão poupadinho que nem ao seu antecessor paga. Se a situação se arrastar aconselho Joaquim Ramos a pedir uns trocos emprestados ao vizinho candidato do PS à Câmara do Cartaxo, pois Pedro Magalhães Ribeiro deve ser pessoa abonada. Tem a receber há mais de cinco anos quase 13 mil euros dessa mesma autarquia onde foi vice-presidente, à pala do famigerado subsídio de reintegração que o camarada Sócrates entretanto extinguiu, e disse que já nem se lembrava disso. Só posso concluir que o dinheiro não lhe deve fazer grande falta. Eu, se tivesse a receber essa massa toda, não arredava pé da porta dos paços do concelho. Dizias tu no teu último e-mail que por estas bandas não acontece nada de relevante, como, por exemplo, professoras a fazer filmes porno nas salas de aula. Tens toda a razão. E nem a campanha eleitoral ajudou a aquecer o ambiente. Desde que Moita Flores se foi embora do Ribatejo que a modorra se instalou. Quem me dera viver em Oeiras, onde a campanha eleitoral tem metido pancadaria, panfletos anónimos com revelações escabrosas, carros vandalizados e trinta por uma linha. Isso sim é animação e mobiliza o eleitorado! A coisa chegou a tal ponto que o ex-inspector da Polícia Judiciária, escritor e comentador dos mais diversos assuntos pediu ao director nacional da PSP (não se limitou a telefonar para a esquadra, como qualquer borra-botas) para que reforce o policiamento nas suas acções de campanha, possivelmente para o proteger dos bárbaros que têm protagonizado “injúrias, insultos e outras minudências criminais”, como o próprio disse. Mas se são minudências, para que foi ele meter a polícia (que já deve ter tanto que fazer naquelas isaltínicas paragens) ao barulho? Enfim, que saudades que eu tenho dos porcos no espeto, das sardinhadas, dos concertos do Quim Barreiros nas campanhas do Moita em Santarém... Agora, é uma apagada e vil tristeza, até nos cartazes de propaganda, mais chatos do que um discurso do Presidente Cavaco. A candidata socialista Idália Serrão ainda deu um ar de sua graça nos primeiros cartazes, onde surgia viçosa e renovada com um cabelo negro azeviche de meter inveja a uma cigana. Mas agora decidiu actualizar o visual (ou cortar no photoshop) e parece que envelheceu 10 anos em dois meses. Um vizinho meu até pensou que o PS tinha mudado de candidata e para o convencer do contrário foi o cabo dos trabalhos. Despeço-me desejando-te um bom dia de reflexão e enviando saudações democráticas do Serafim das Neves