uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
Escrever é uma óptima terapia para combater o stress

Escrever é uma óptima terapia para combater o stress

Ateliê de Escrita Criativa decorreu durante a Feira do Livro de Coruche que terminou no domingo, sob orientação da professora Rosário Freitas. O principal objectivo destas acções é dar confiança e conhecimentos para vencer o síndroma da página em branco.

Inês Santos, 24 anos, gosta de escrita desde que aprendeu a escrever. Histórias romanceadas, poesia, escreve de tudo um pouco. Nada muito elaborado nem oficial, como faz questão de dizer. Apesar da paixão pelas letras optou por escolher um curso que lhe desse garantias de saída profissional. A jovem de Coruche está a estudar Engenharia Alimentar, na Escola Superior Agrária de Santarém, uma área que também a fascina. Inês Santos foi uma das participantes do ateliê de Escrita Criativa realizado na tarde de sábado, 5 de Outubro, integrado na Feira do Livro de Coruche.Sentados ao longo de duas pequenas mesas, os nove participantes da iniciativa escutaram atentamente as indicações da professora Rosário Freitas, que orientou a sessão. Cada um teve oportunidade de criar o seu texto através de um jogo de palavras. Em onze copos de plástico foram colocadas onze palavras. Através dessas palavras os participantes tinham que arranjar sinónimos. Depois, com essas 22 palavras cada um construiu o seu próprio texto.No final cada “aluno” leu o seu texto e o curioso foi perceber que com as mesmas palavras surgiram textos tão diferentes. Como o caso de Inês, que escreveu sobre uma jovem que gosta de ouvir música, ou de Rita que escreveu sobre a formiga que durante a noite vai à procura da colmeia do mel. A professora, Rosário Freitas, diz que o principal objectivo dos jogos na escrita criativa é derrotar a página em branco. “Os jogos têm a função de libertar quem escreve. Existe sempre medo, vergonha do que vamos escrever. Toda a escrita é criativa, até numa mensagem de telemóvel, quando bem escrita, estamos a compor, a criar algo”, esclarece. Na sua opinião, as palavras são sentimentos e em cada frase cada um põe um bocadinho de si. Todos concordaram que é possível conhecer o outro através do que escreve. “A mão diz-nos algo sobre nós”, sublinha. Rita Correia tem 46 anos e é empresária. Vive em Coruche e nunca escreveu nada. Decidiu participar no ateliê de escrita criativa para descobrir porque gostava de aprender a escrever.Já José Cordeiro, 51 anos, aproveita todas as horas livres para escrever. Só tem pena quando os problemas pessoais ou profissionais afectam a sua musa inspiradora. Mas mesmo assim ‘obriga-se’ a escrever. “O acto da escrita é uma óptima terapia para os nossos problemas”, garante. Começou a escrever aos 20 anos, durante o tempo livre que tinha na tropa. O mediador de seguros escreve prosa e poesia, sobretudo com cariz humorístico. “Gosto de escrever sobre assuntos sérios a brincar. Gosto do sarcasmo e habitualmente coloco-me sempre no lugar do personagem que é gozado, refere. Tem outro passatempo, a fotografia, e aí a sua terra, Coruche, é a rainha das imagens.Rosário Freitas tem 61 anos e é professora de Filosofia aposentada. Começou com os ateliês de Escrita Criativa o ano passado quando foi convidada pela ODAC (Oficina de Artes de Coruche). Sempre gostou de escrever, sobretudo poemas, mas teve formação própria para dar as aulas. Correu tão bem que a vereadora da Cultura da Câmara de Coruche convidou-a para colaborar novamente, desta vez integrada na Feira do Livro de Coruche, que terminou no domingo, 6 de Outubro.A antiga professora de Filosofia pertence ao grupo de poetas de Coruche, denominado “Um poema na vila”, que se reúne uma vez por mês em tertúlia. Criam poemas através de tema sugerido. Participou em dois livros de poesia, com poetas do concelho, intitulados “A minha rua” e “O Montado, um lugar poético”.Rosário Freitas escreve sobre o que a imaginação lhe sugerir. “Sou motivada por desafios. Tenho amigas que me enviam, por exemplo, quadros e escrevo poesia a partir da imagem do quadro”, conta. Aos nove anos começou a escrever uma história de fadas, que tem pena de não ter guardado. Escrever é a melhor terapia que pode existir, garante.
Escrever é uma óptima terapia para combater o stress

Mais Notícias

    A carregar...