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Fecho de unidade da Solvay na Póvoa não preocupa os comerciantes da zona

Empresários dizem que o negócio não depende dos trabalhadores da fábrica
O fecho de uma unidade da fábrica da Solvay na Póvoa de Santa Iria, que vai afectar 90 trabalhadores, não é coisa que preocupe os comerciantes da zona. Quem tem negócios perto da fábrica diz que pouco ou nada beneficia com a presença dos actuais 250 trabalhadores porque estes apenas passam à porta das lojas a caminho do trabalho ou de casa e não entram nos estabelecimentos. No café “O Rebelo”, lêem-se os jornais e fala-se do dia-a-dia. Há uma dezena de mesas mas apenas uma tem três clientes sentados a meio de uma manhã de sexta-feira. “Os trabalhadores da Solvay aparecem muito esporadicamente, há muitos anos que acabou o hábito de virem ao café. O fecho daquela parte da fábrica não tem impacto nenhum no negócio”, confessa Hermínio Rebelo, dono do café.Lúcio Dias que explora outro café na zona diz que “a Solvay tem tudo dentro da fábrica, refeitórios, salas de lazer... Os trabalhadores não aparecem aqui”, lamenta a O MIRANTE. “Não vamos sentir impactos nenhuns”, reforça António Prates, 65 anos, um dos comerciantes mais antigos do centro da Póvoa de Santa Iria. A sua retrosaria e pronto-a-vestir situa-se a poucos metros da estação de comboios e a umas centenas de metros da Solvay. “O negócio corre muito mal, mas já corria mal antes da Solvay começar a despedir”. António tem a porta aberta há 40 anos e diz que antigamente ainda havia uns trabalhadores que entravam no estabelecimento “mas depois reformaram-se e a malta nova deixou de aparecer”, lamenta.Para outra comerciante, a florista Dina Matias, o despedimento é mais um “drama social” do que um drama económico. Também ela garante que os funcionários da empresa “só ocasionalmente” compravam na sua loja, que está aberta há sete anos. Próximo da fábrica há uma farmácia, provavelmente a única que vai sentir uma pequena diferença. Já que por vezes aparecem uns trabalhadores da fábrica que aproveitam a proximidade para comprarem medicamentos. Suzete Pires, responsável da farmácia, diz que situação vai influenciar as vendas mas não muito. A decisão de despedimento do grupo Solvay foi anunciada num comunicado que apanhou os trabalhadores de surpresa. A empresa dá hipótese aos funcionários que quiserem de irem para outras unidades do grupo, em Portugal e no estrangeiro. O encerramento da unidade de bicarbonato de sódio da Póvoa insere-se num plano de reestruturação no qual serão dispensados em três anos 450 funcionários na Europa.

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