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Proverbial Serafim das Neves

Tradicionalmente as inaugurações fazem-se antes das eleições mas agora surgiu uma nova moda, as inaugurações em tempo de despedida. O pioneiro do novo estilo é o senhor Paulo Varanda que, a meio do anterior mandato se viu na posição de presidente da câmara municipal do Cartaxo por desistência do impagável Paulo Caldas, personagem que tanto contribuiu para alimentar este cantinho da má língua. Depois de derrotado nas eleições de 29 de Setembro e antes que o novo presidente começasse a mandar, Paulo Varanda arregaçou as mangas e lançou-se numa maratona inaugureira de fazer escancarar a boca de espanto a qualquer político ou ex-político. Inaugurou tudo o que podia e não podia ser inaugurado como se cada inauguração fosse a última da sua vida. E se calhar até era!Um dia antes de entregar as chaves do gabinete de presidente ao seu sucessor e em desespero de causa, Paulo Varanda até inaugurou a esquadra local da polícia. A obra ainda não estava pronta e ainda por cima é da responsabilidade do Governo, mas o que é que isso importa? Paulo Varanda não liga a pormenores! E zumba...lá ficou a placa com o nome do senhor presidente, como mandam as regras da etiqueta e da boa inauguração. Se os amigos quando se despedem bebem sempre uma para o caminho porque não fazer o mesmo, deve ter pensado este inaugurador das dúzias, como lhe chamaria a minha avó. Vai mais uma para a sossega, dizem os bebedores antes da despedida. Se calhar a inauguração foi para a sossega, digo eu.No Entroncamento a oposição indignou-se quando a nova maioria do PS decidiu que os munícipes só tinham direito a falar numa das duas reuniões mensais do executivo. Ai valha-nos Deus que querem calar o povo, bramaram! Enfim...dramas de quem vive num mundo paralelo! A vereadora do PSD, Isilda Aguincha, foi uma das que defendeu o direito dos eleitores a falar em todas as reuniões. Como eu a compreendo. Já que lá na Assembleia da República só podem falar os deputados, ao menos nas reuniões de câmara que se permita que o povo abra as goelas para desabafar. O vereador do BE, Carlos Matias, também protestou com a veemência habitual. Cá para mim a questão é saber se o povo quer ir botar faladura para as reuniões autárquicas. E a fazer fé no que se tem passado há muito que o povo ganhou juízo. Durante um ano lá aparece um eleitor a queixar-se de qualquer coisita. O resultado nem sempre é o esperado. Alguns exaltam-se com tanta inércia, falam grosso e são ameaçados com polícia e tribunais. É bem melhor falar para uma parede!Eu também sou pela liberdade de expressão mas confesso que apenas me liberto por completo quando vou à casa de banho. Experimenta dizer a uma boazona que ela é mesmo boazona e ficas com ideia mais aproximada do que é a famosa liberdade de expressão. Ou levas um estalo ou uma queixa na polícia patrocinada pela secção anti-piropo do Bloco de Esquerda. E não te vale de nada arranjares uma centena de testemunhas que atestem que a boazona é mesmo boazona. És castigado por dizeres a verdade. Imagina que és jornalista e chamas filho da mãe a um rematadíssimo filho da mãe. O que te acontece? Levas um louvor público? Errado! Levas é com um processo em cima! Não te sei explicar bem porquê mas acho que tem a ver com a Constituição. São as chamadas perversidades constitucionais ou lá o que é. Pelo sim, pelo não, usa sempre eufemismos em público. Se o gajo é idiota diz que ele nem sempre tem as melhores ideias. Se o gajo é corrupto diz que se trata de alguém bastante flexível em termos negociais. Se tropeças num mentiroso opta por te referires a ele como alguém que nem sempre tem um discurso coerente. Adapta-te e não sejas bruto, pelo menos quando estão a olhar para ti. Depois cá em casa, quando estivermos com a malta à volta do queijo cabreiro, do presunto de Mação e do belo tinto reserva de Alcanhões...aí...cum cara....aí vai ser de filho da p..., de panelei..e de corn...para cima!!!Saudações libertináriasManuel Serra d’Aire

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