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Mira Amaral diz que o Governo não precisa de um novo Tribunal Constitucional para fazer o que já devia ter feito

Mira Amaral diz que o Governo não precisa de um novo Tribunal Constitucional para fazer o que já devia ter feito

O presidente do banco BIC, Mira Amaral, utilizou os exemplos de sucesso dos empresários que participaram no último painel da Convenção Empresarial - Sobreviver e Crescer, para incentivar o Governo a fazer mais do que tem feito pela economia nacional. “Eles não estiveram à espera de ter leis laborais perfeitas e um sistema de justiça que funcionasse para ter sucesso e eu recomendaria ao Governo que não estivesse à espera de ter uma Constituição perfeita e um Tribunal Constitucional perfeito para fazer aquilo que já devia ter feito”, afirmou.O tema Inovação e Exportação foi discutido por Paulo Pereira da Silva da Renova, José Manuel Fernandes da Frezite, Amândio Santos da Derovo e Paulo Ribeiro da Unitom. Num tom vivo e descontraído, Mira Amaral aproveitou a intervenção final para incentivar as pequenas e médias empresas portuguesas que queiram internacionalizar-se a crescerem e desenvolverem-se, porque muitas “não têm escala mínima para competirem em mercados mais globais”. E deixou mais alguns conselhos. “Eu tenho explicado a muita gente que ir para mercados como o de Angola não é solução para quem está a ficar falido. Esses se forem morrem mais depressa. A única vantagem que podem tirar é o facto de lá os caixões poderem ser mais práticos. Quem vai conseguir internacionalizar-se e entrar em novos mercados é quem está bem preparado e quem já conseguiu vencer em Portugal”.Depois de lembrar de forma divertida que nos primeiros tempos as empresas falhavam porque enviavam para o estrangeiro os recursos humanos de segunda que tinham em Portugal, Mira Amaral referiu-se a quem ainda não percebeu o que é a internacionalização. “Um país começa a internacionalizar-se quando se abre ao exterior com um fluxo de importações e exportações e isso Portugal fez há muitos anos. Do que se fala agora é de outra fase. É da presença física, comercial e industrial nos mercados onde queremos estar. Se não estivermos lá; se não pusermos lá as fábricas, não conseguimos”, alertou.Esqueçam a CP Cargo e façam outraDurante o debate um dos empresários contou os problemas que tem para enviar mercadorias através da CP Cargo. “Quando preciso de enviar mercadorias dizem-me logo que não pode ser porque vai haver uma greve. Há greves todas as semanas. Greves, não, avisos de greve mas que impedem que aceitem mercadorias”. O presidente do Banco BIC atalhou logo: “ Convençam o governo a deixar outros operadores fazerem transportes de mercadorias sobre as linhas ferroviárias que existem. É tão simples quanto isto. Não insistam mais na CP Cargo, esqueçam-na e façam outra. Depois os tipos que se ajustem ou vão para o desemprego”.O lado divertido da inovação Mira Amaral elogiou a inovação e a criatividade da Renova - “sinto orgulho quando vou a outro país e vejo a marca” - mas não resistiu a contar um episódio rocambolesco a propósito do famoso papel higiénico preto. “Um amigo foi para um hotel muito moderno e as paredes eram todas pretas. Quando foi à casa de banho não conseguia encontrar o papel higiénico que também era preto e esteve quase a ligar para a recepção”. Foi risada geral na plateia.A dizer asneiras até ao fim da vidaLicenciado em Engenharia Electrotécnica e Mestre em Economia, Mira Amaral sentiu-se à vontade para, a determinada altura, quando se referiu a um comentário, que considerou infeliz, de um jornalista “muito conhecido” com formação em economia, afirmar “em engenharia se um tipo se distrai fica desactualizado rapidamente. Em Economia, um tipo forma-se, começa a dizer asneiras e é até ao fim da vida”.
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