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Presidente da AIP enumera o que falhou e apresenta sugestões em nome dos empresários

Presidente da AIP enumera o que falhou e apresenta sugestões em nome dos empresários

José Eduardo Carvalho diz que sem a colaboração da Europa não haverá crescimento

Mais de mil e quinhentos empresários de todo o país reuniram-se para reflectir sobre a competitividade empresarial e o que condiciona a sua actividade e apresentaram soluções.

O presidente da Associação Industrial Portuguesa (AIP), José Eduardo Carvalho, lamentou a ineficácia das medidas tomadas pelo Governo para resolver a crise e relançar a economia. No discurso de abertura da Convenção Empresarial que decorreu a 9 de Outubro no Centro de Congressos de Lisboa e com o primeiro - ministro na primeira fila o dirigente associativo enumerou as principais falhas. “Não voltámos ao crescimento no ritmo que era desejável. Não houve retoma da confiança e do investimento. O ajustamento macroeconómico tarda a concretizar-se, excepto na correcção do deficit externo. E o actual modelo de desvalorização interna e os mecanismos que dispomos não estão a conseguir provocar os efeitos e os choques de competitividade que a desvalorização cambial e a inflação tiveram na crise de 1983”, referiu.As responsabilidades dos empresários nos maus resultados não foram esquecidas. “Também por alguma responsabilidade nossa, a reorientação da estrutura produtiva para a actividade transaccionável não se concretizou de forma significativa”.Embora reconhecendo que dificilmente haverá consenso entre os empresários sobre “a definição dos caminhos a trilhar “ para que a economia comece a crescer, o presidente da AIP enumerou alguns aspectos que considera merecerem um maior concordância. Assegurar a solvabilidade do Estado através de um equilíbrio orçamental baseado na redução da despesa que permita estancar o crescimento da dívida pública e implementação de mecanismos para desvalorizar a taxa cambial real de forma a provocar choques de competitividade imediatos na economia foram alguns dos mencionados por José Eduardo Carvalho que também acrescentou a necessidade de as empresas melhorarem a sua qualidade e capacidade de gestão, reorientarem a sua produção para mercados externos e redimensionarem-se.O papel da Europa foi considerado essencial em todo o processo. “Sem a colaboração da Europa para implementar medidas que permitam a sustentabilidade da dívida pública, melhorar o funcionamento da união monetária, adoptar medidas compensatórias nos países de periferia do euro e medidas expansionistas no norte da Europa, também será muito difícil encontrarmos condições para crescer”, afirmou o orador. José Eduardo Carvalho voltou a insistir também na necessidade de revisão da Constituição como um dos elementos essenciais para ajudar na resolução dos problemas que o país atravessa.“Será que os sobreviventes desta crise não têm legitimidade para exigir aos agentes políticos que defendem a economia de mercado e a continuação de Portugal no Euro, para reverem a Constituição?”, perguntou. E acrescentou: “Alguém percebe que para reduzir custos nesta fase do ciclo económico, a opção seja despedir colaboradores do que ter a possibilidade de celebrar um acordo alargado e legal para reduzir custos salariais?”.“Quem evitou o colapso do país fomos nós”“Ficou muita gente pelo caminho desde Janeiro de 2008. O número de insolvências e dissoluções naturais é de 112.583. Com as dissoluções oficiosas atinge 192.628. Mais de 50% do número de sociedades comerciais que entregaram IES em 2011”“Ao longo deste período penoso os empresários foram (...) refractários a manifestações ou actos públicos de contestação mediática e tentaram refazer vidas e negócios”“Todos os que aqui estão são os heróis e os verdadeiros líderes do Portugal empresarial. Eles e os seus colaboradores têm contribuído para evitar o colapso do país”“Cada dia o Estado português tem de pedir emprestados 31,4 milhões de euros. Queremos ser exigentes com os governos para que controlem os deficits orçamentais e sejam obsessivos com a redução da despesa”.“A evolução das exportações tem contrariado a previsão daqueles que há muito profetizavam o esgotamento da nossa capacidade instalada. Existem neste momento mais de 41 mil empresas a exportar para 202 países”“Já em 2011 defendemos que o valor remanescente do fundo de recapitalização da banca deveria ser canalizado para reforçar a solvabilidade das empresas, recapitalizando-as”“Da Alemanha, o Estado poderá necessitar de dinheiro para pagar salários e pensões mas o que as empresas e a economia precisam da Alemanha é de investimento e de mercado”
Presidente da AIP enumera o que falhou e apresenta sugestões em nome dos empresários

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