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Proprietária de lar ilegal em Benavente nega maus tratos a utentes

Liliana Pires assumiu também em tribunal que o lar não tinha muitas das condições exigidas por lei para funcionar, quando confrontada pelo juiz em várias perguntas.

A proprietária de um lar ilegal, encerrado em Benavente em 2009, nega que os utentes fossem maltratados, referindo que não existia falta de alimentação nem de higiene. No primeiro dia de julgamento, no Tribunal de Benavente, Liliana Pires, de 35 anos, responsável pelo lar ilegal encerrado em Março de 2009, respondeu às perguntas do juiz e dos advogados, referindo que os utentes não eram maltratados.A responsável afirmou que tinha um médico que visitava e acompanhava os utentes do lar e uma enfermeira estagiária que dava apoio, salientando que todos os idosos eram ainda acompanhados pelos seus médicos de família. Liliana Pires disse que tinha na casa 18 idosos, pelos quais recebia um valor entre os 400 e os 650 euros, tendo explicado ao juiz as condições da habitação.A arguida negou que os idosos estivessem a ser mal alimentados, explicando que a comida “ainda sobrava”, e afirmou que os alimentos estavam bem acondicionados, garantindo que não havia falta de higiene “nem medicamentos espalhados pela casa”.“Os familiares podiam vir visitar os utentes sempre que lhe apetecia, não havia horário. Um filho de uma utente era da GNR, trabalhava por turnos, e visitava sempre a mãe no horário que queria”, afirmou. Liliana Pires assumiu também que o lar não tinha muitas das condições exigidas por lei para funcionar, quando confrontada pelo juiz em várias perguntas.No dia 10 de Outubro foram também ouvidas duas técnicas da Segurança Social, que explicaram ter efectuado três visitas ao referido lar, a primeira a 18 de Fevereiro de 2009, a segunda a 18 de Março de 2009 e a terceira no dia 20 do mesmo mês, data em que foi encerrado.As técnicas da Segurança Social afirmaram que existia pouca comida para tantos idosos e explicaram que foram vistos vários medicamentos espalhados pelo lar. “Existia uma perna de peru com esparguete para todos, incluindo funcionários. Para seis dos utentes um pedaço da perna de peru e do esparguete foi triturado com uma varinha, a que juntaram água e medicamentos esmagados, tendo sido dado depois aos idosos”, afirmou uma das técnicas.A proprietária referiu que isso apenas acontecia com uma utente, que devido a um problema na garganta, tinha muitas dificuldades em ser alimentada.As técnicas afirmaram ainda que os idosos estavam muito “prostrados” na sua primeira visita, “como se estivessem sob o efeito de medicamentos”, e que estava no local uma salada de fruta “sem condições para ser consumida”.A proprietária e duas funcionárias estão acusadas de crimes de maus tratos. Uma das funcionárias esteve também no tribunal, mas não falou ao juiz, enquanto outra esteve ausente. O juiz disse que recebeu a informação do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) que a arguida em falta tinha deixado o país, com destino a Belo Horizonte, no Brasil, em Fevereiro de 2012, pelo que decidiu separar os processos.

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