Na tomada de posse de Paulo Fonseca foi Vítor Frazão quem festejou
Presidente reeleito em Ourém, Paulo Fonseca (PS), parecia que tinha perdido as eleições e que estava a cumprir um frete. Há quatro anos Paulo Fonseca roubou a câmara a Vítor Frazão que, na altura, era eleito do PSD. Ficaram na história as cenas de alegria de Paulo Fonseca e de humilhação de Vítor Frazão. Quatro anos depois a cena repetiu-se, embora noutro cenário, e desta vez virou-se o feitiço contra o feiticeiro.
Ao contrário do que aconteceu há quatro anos, quando o socialista Paulo Fonseca conquistou a presidência da Câmara de Ourém, com maioria absoluta, ao candidato do PSD, Vítor Frazão, a tomada de posse do executivo municipal e da assembleia municipal que decorreu na tarde de sexta-feira, 18 de Outubro, foi apagada e sem festa. Se há quatro anos Fonseca rejubilava com as chaves do município nas mãos e os braços no ar em gesto de vitória, perante uma sala a abarrotar e com gritos de apoio ao então novo presidente, desta vez tudo foi diferente.O facto de ter perdido a maioria absoluta (venceu com apenas 120 votos de diferença para a coligação PSD/CDS) e de ter sido forçado a assinar um acordo de governabilidade com Vítor Frazão, agora vereador independente, deve ter contado muito para o estado de espírito pouco efusivo do presidente socialista reeleito. Na verdade, o mais sorridente e confiante era o vereador independente Vítor Frazão (ex-presidente da câmara em 2009, eleito pelo PSD e que nestas eleições concorreu pelo movimento independente MOVE).Fez questão de cumprimentar todos os presentes e nunca tirou o sorriso rasgado do rosto. Os mais desatentos iam achar que era ele o novo presidente do município. E nem faltou o discurso para agradecer a quem votou na sua lista e para dizer que vai trabalhar em prol da população do concelho.Paulo Fonseca limitou-se a um pequeno discurso de circunstância onde referiu que todos os responsáveis políticos do concelho assumem grandes responsabilidades devido aos tempos de grandes dificuldades. “Temos a obrigação de saber construir, somando, para ultrapassar as dificuldades”, disse acrescentando que é importante saber aproveitar o novo quadro comunitário de apoio que começa em Janeiro. “Uma clara traição à vontade do povo”Na eleição para a assembleia municipal houve surpresas. Apesar da coligação PSD/CDS ter ganho a eleição - nas autárquicas de 29 de Setembro - por mais de 1400 votos de diferença para o PS, foi a candidata da lista socialista (a 2ª mais votada), Deolinda Simões, que foi reeleita presidente da Assembleia Municipal de Ourém.A lista apresentada pelo PSD/CDS, liderada por João Moura, perdeu a eleição para a mesa da assembleia municipal por apenas um voto. Dos 34 eleitos, incluindo os 13 presidentes de junta de freguesia, a lista do PS obteve 17 votos enquanto a lista da coligação conseguiu 16 votos. Houve um voto em branco.João Moura, cabeça de lista da coligação PSD/CDS, lamenta a situação depois da “vontade expressa e inequívoca da população que votou na coligação”. O deputado municipal explicou a O MIRANTE que fez um apelo ao PS para que fosse cumprida a vontade popular. “O presidente da distrital e o presidente da concelhia socialista garantiram-me sempre que a eleição da lista da coligação era mais que justa. Foi uma clara traição à vontade do povo”, critica.João Moura critica ainda o movimento independente MOVE referindo que este é apenas o “movimento anti-PSD” uma vez que foram os dois votos dos deputados municipais deste movimento que permitiram a eleição de Deolinda Simões.
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