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Salomónico Serafim das Neves

O ex-presidente da Câmara Municipal do Cartaxo já tem concorrente à altura em matéria de inaugurações. Paulo Varanda foi inaugurar a nova esquadra da PSP na véspera da tomada de posse do novo presidente. Em Torres Novas, o ex-presidente da câmara, António Rodrigues, fez muito melhor. Foi inaugurar a sede de duas associações meia-hora antes da tomada de posse do seu sucessor. Se estivéssemos a falar de atletismo e considerando o apêndice capilar que Rodrigues ostenta, diríamos que deu um bigode ao inaugurador do Cartaxo. Paulo Varanda, como tu fazes questão de lembrar, destapou a placazita com o seu nome para não ser varrido da história do concelho para o caixote do lixo da história. Rodrigues fê-lo para explicar ao seu vice-presidente Pedro Ferreira que uma coisa é ele ter sido eleito presidente da câmara e outra é mandar na câmara. Ou seja, foi uma inauguração didáctica.Há mais conclusões a tirar destes saborosos episódios. Antigamente os políticos eram criticados por inaugurar na véspera das eleições. Agora são criticados por inaugurarem depois das eleições. Não há dúvida que neste país uma pessoa está sempre a ser criticada faça ela o que fizer. E já nem falo das críticas que eram feitas aos políticos do regime anterior ao 25 de Abril de 1974 a quem chamavam os corta-fitas. Quarenta anos de democracia bastaram para voltarmos a esses gloriosos tempos e com vantagem. Agora para além das fitas os políticos cortam também noutras coisas...e nem precisam de tesourinhas.Tens razão quando prevês manifestações dos amigos dos animais contra a Câmara de Santarém por esta querer liquidar os pombos que cagam a cidade à bruta e sem cerimónia. O anúncio de utilização de câmeras de gás para liquidar as aves que venham a ser apanhadas dá uma dimensão de conflito internacional ao assunto. Usar armas químicas é ilegal, sejam os gases provenientes de um qualquer laboratório ou de origem caseira, como os produzidos a partir da fermentação de uma feijoada bem regada a tinto de Alcanhões. Eu só de imaginar o terror que uma qualquer pombinha pode sentir ao ver aproximar-se de si o tubo de escape de alguém tipo compadre Fanã, fico com os cabelos em pé. É por isso que deixo desde já um apelo. Matem os pombos mas de uma forma humanista e civilizada, se fazem favor!Soube agora que algumas escolas da região não estão a colocar papel higiénico nas casas de banho, para evitarem desperdícios por parte dos alunos. Ou seja, quem quiser lá ir tem que preencher primeiro uma requisição...mesmo que esteja muito à rasquinha. É realmente uma medida que vem provar que a escola pública está a preparar bem os nossos jovens para a vida. Que melhor maneira de explicar o que é a burocracia do Estado do que esta? Fantástico. Os meus parabéns aos gestores das escolas e o meu incentivo aos deputados para que façam o mesmo na Assembleia da República. Só quero acrescentar uma sugestão. Não permitam a entrada de alunos com manuais escolares nas casas de banho.Mas não é só de burocracia que se trata. Os putos também vão ficar preparados para saber utilizar qualquer casa de banho pública. Daquelas onde, para além de não haver papel higiénico, também não há sabão líquido nem água nem um pouco de parede limpa onde limpar os dedos depois de limpar o rabo com eles. Daquelas onde as marés de mijo nos obrigam a arregaçar as calças e a pensar seriamente em passar a usar fraldas descartáveis antes da velhice.Saudações escatológicasManuel Serra d’Aire

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