A falta de condições no bloco operatório, com instalações do tempo em que a unidade foi construída, obrigou a administração do Hospital de Santarém a encerrar o serviço pela segunda vez no mês de Outubro. O problema está no facto de não se conseguir controlar os elevados níveis de humidade nas instalações que põem em perigo a segurança das operações. A situação acontece porque para além do bloco ser antigo e precisar de remodelações, os equipamentos de renovação do ar estão obsoletos.O fecho do bloco, com cinco salas de cirurgia, ocorreu na quinta-feira, 24 de Outubro, e prolongou-se até segunda-feira. As urgências continuaram no entanto a ter garantida a realização de operações de emergência. Várias pessoas que iam ser operadas e que tinham sido chamadas para se apresentarem de manhã no hospital foram mandadas para casa por volta do meio-dia quando a situação lhes foi comunicada depois de uma reunião da administração do hospital na qual se avaliou a situação.Segundo um utente que estava para ser operado, todas as cirurgias programadas para os dias de quinta e sexta-feira foram canceladas e o hospital mandou os doentes apresentarem-se de novo na segunda-feira na unidade. Esta situação já tinha ocorrido no início do mês de Outubro em que curiosamente o bloco também foi encerrado numa quinta e sexta-feira. Na altura o administrador do hospital, José Josué, dizia que não havia memória que alguma vez não tenha sido possível estabilizar os níveis de humidade e obrigasse ao encerramento do bloco.As cirurgias para serem realizadas com segurança para os doentes não podem ser feitas com humidades superiores a 60 por cento no interior do bloco. O administrador garantiu no início do mês, em declarações a O MIRANTE, que o Hospital de Santarém está a desenvolver um projecto de requalificação dos blocos operatórios para “modernizar os aspectos técnicos”.