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Empresa de detergentes do Sobralinho em dificuldades entra em processo de lay-off

Empresa de detergentes do Sobralinho em dificuldades entra em processo de lay-off

Por não haver trabalho 21 trabalhadores já foram mandados para casa e em Novembro vão mais 25

A administração garante que está a procurar novos clientes que permitam assegurar a continuidade da fábrica do Sobralinho e dos postos de trabalho. Quarenta e seis trabalhadores vão passar os próximos seis meses em casa a ganhar um terço do ordenado.

A empresa de detergentes e produtos de limpeza Multiflow, do Sobralinho, concelho de Vila Franca de Xira, está a atravessar dificuldades económicas e vai colocar várias dezenas de trabalhadores em lay-off durante os próximos seis meses. Na segunda semana de Outubro a empresa já tinha enviado para casa 21 trabalhadores por não ter trabalho para lhes dar e no início de Novembro outros 25 trabalhadores irão entrar em regime de lay-off, recebendo apenas um terço do seu vencimento.Os visados são sobretudo operários, encarregados das principais linhas de produção da empresa, que se dedica a produzir produtos de higiene como champôs, amaciadores e sabonetes líquidos e outros produtos de limpeza doméstica e industrial, como lixívias. Fonte da administração refere a O MIRANTE que a medida é a única forma de tentar salvaguardar os postos de trabalho numa altura em que a empresa atravessa dificuldades. A dívida da empresa é superior a quatro milhões de euros e vários clientes chave estão de saída, como a Colgate-Palmolive.A administração garante que está a procurar novos clientes que permitam assegurar a continuidade da fábrica do Sobralinho e dos postos de trabalho. Um dos membros da comissão de trabalhadores e delegado sindical da CGTP na Multiflow, João Matias, também foi colocado em lay-off e teme que o procedimento seja uma antecâmara para o desemprego. A empresa não garante que consiga assegurar todos os postos de trabalho no final do lay-off caso não surjam clientes num futuro próximo. Ao todo trabalham na fábrica 138 pessoas. Para o sindicalista, a situação não apanhou de surpresa os trabalhadores que já vinham sentindo “que as coisas não estavam bem”. Porque “havia dias que não tínhamos matéria-prima para trabalhar e noutros não tínhamos embalagens”, refere João Matias. Lamentando que apenas os operários tenham sido colocados em lay-off enquanto “os responsáveis de secretaria e os dirigentes continuam a trabalhar normalmente”. A situação deixou vários trabalhadores em dificuldades, a maioria do concelho de Vila Franca, mas também de Queluz, Benavente, Azambuja e Alenquer. O sindicato já reuniu com a Autoridade para as Condições no Trabalho (ACT) para discutir o assunto e promete manter-se vigilante. Está marcada para o início de Novembro uma nova reunião entre os trabalhadores e a administração. “O lay-off é uma consequência da baixa temporária do volume de produção. Acabaram os contratos de vários clientes e estamos a procurar novos clientes para os substituir. É uma fase da vida da empresa como tantas outras ao longo da sua história”, refere a empresa. A Multiflow nasceu há cerca de três anos depois de um grupo de três empresários ter comprado o que restava da insolvente Budelpack. As instalações fabris foram construídas em 1955 destinadas a albergar um instituto de conservas de peixe. Nos anos 60 foram convertidas em unidades de produção de artigos de higiene para o lar. A Multiflow chegou a atingir um volume de facturação, em 2011, na ordem dos 27 milhões de euros. A empresa exportava boa parte da sua produção para França, Angola, Reino Unido e Europa de Leste e fornecia as cadeias de supermercados Lidl e a cadeia espanhola Eroski.
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