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Refulgente Manuel Serra d’Aire

Fica realmente para a história de Torres Novas e, quiçá, nacional a já célebre inauguração feita por António Rodrigues minutos antes de ceder (contrariado, mas lá teve que ser...) o cargo de presidente da Câmara de Torres Novas ao seu lugar-tenente na última década Pedro Ferreira. De falta de amor próprio ninguém pode acusar Rodrigues, homem a quem o país ainda não fez a devida justiça, ao contrário de Timor-Leste, território onde o político torrejano se empenhou a ensinar aos inexperientes autarcas locais a arte de bem inaugurar, perdão, de bem governar os seus municípios.Atrás de mim virá quem de mim bom fará, diz o povo na sua enorme sabedoria. E nós, meu caro, que andamos aqui há uma carrada de anos a enaltecer as virtudes de autarcas que agora se despediram devido à lei da extinção dos dinossauros vamos ter saudades deles. Não esperes destes novos autarcas tiradas que inspirem grandes escritos, como nos proporcionavam o Moita Flores, o Rodrigues, o Caldas, a Anita, o Carrinho. Isto é gente mais calculista, tecnocrática, sem o coração ao pé da boca. Autarcas assépticos, que estão para os antecessores como o sushi está para a sandes de coirato ou um copo de leite para um copo de tinto carrascão. Um lugar na história já garantiu também o sacristão de Fátima que moeu o juízo aos responsáveis do santuário durante alguns meses com a série de atentados perpetrados pela calada na nova Igreja da Santíssima Trindade, onde trabalhava, e noutros locais de culto. Este McGyver de sacristia fez trinta por uma linha, desde cortar canos e causar inundações até danificar geradores e instalações eléctricas. A cereja no topo do bolo foi a sabotagem da instalação eléctrica da nova basílica quando decorria a missa de dia de Natal de 2009, que estava a ser transmitida pela RTP. Se o homem queria ter os seus minutos de fama sem dúvida que os conseguiu e eu cá estou para lhe prolongar por mais uns dias o seu estado de graça. O azougado sacristão só podia andar com o diabo no corpo (o exorcista padre Gama, que ganha a vida ali por Fátima, era a pessoa ideal para lhe tratar da saúde), mas os responsáveis do santuário não tiveram condescendência e nem estiveram à espera que a justiça divina actuasse. Cá se fazem cá se pagam, terão pensado os padres. E, em vez de seguirem o preceito cristão de dar a outra face, meteram um processo em tribunal exigindo ao sacristão uma indemnização de quase 40 mil euros, pelos estragos causados, e sujeitando-o a uma estadia na cadeia que só não se consumou devido à benevolência dos juízes, que acreditaram na redenção da criatura e lhe deram mais uma oportunidade suspendendo-lhe a pena.Para terminar em beleza, ouvi dizer que uma equipa de arbitragem do campeonato do Inatel de Santarém foi irradiada por se ter apresentado ao serviço alcoolicamente bem disposta. A ser verdade, acho que se trata de uma pena cruel para quem apenas tentou melhorar o seu desempenho recorrendo a aditivos que, segundo sei, não constam da lista de substâncias dopantes. Afinal de contas, ver a dobrar devia ser o sonho de qualquer árbitro...Aquele abraço do Serafim das Neves

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