Estarei céptico hoje ou tão somente realista em excesso?...Provavelmente aguardaremos, à laia da peça de Beckett, por Godot que, qual Sebastião, não regressará de Álcacer-Quibir… (Já o disse tantas vezes…). Provavelmente teremos Câmara de Tomar nova com protagonistas novos velhos ou nem tanto (a tomada de posse será notícia…). Provavelmente teremos mais da mesma austeridade no resto do ano e nos próximos (Orçamentos de Estado e Produtos Internos Brutos mais ‘déficits’ públicos e privados o dirão…). Provavelmente seremos resgatados por qualquer espécie de ‘troika’ (que termo russo tão adequado ao nosso Fado…), algures a meados do ano que aí virá (Será que Berlim, Bruxelas ou Nova Iorque o não vão fazer?…). Provavelmente continuaremos a sair mansamente, a emigrar, como sempre o fizemos, desde antanho… (O êxodo está-nos na massa do sangue, a diáspora também…). Provavelmente continuaremos bipolares, como costumeiramente, entre a esfusiante alegria dos feitos (alguns, desportivos, outros nem tanto…) e o desespero do triste fado… (Muito ‘arábicos’ ou será árabes?, que também é essa a nossa matriz histórica…). Mas tudo isto só, provavelmente…porque nos dias de hoje assim é!… João Mendes Nogueira