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Inovar

A necessidade de operar numa economia globalizada, onde a sociedade depende dos recursos naturais e não do capital, provocará profundas mudanças nos mercados atuais. Neste próximo (?) novo mundo, a inovação é incontornável. A obrigatoriedade de inovar tem sido tão recorrentemente repetida que estamos convencidos que assim tem de ser.Inovar ou morrer parece sintetizar o grande desafio. É igualmente bem claro que a matéria toca a todos. Vivemos numa sociedade global mas onde os recursos e os meios continuam a ser locais, sendo nessa dimensão que podemos e devemos atuar. É à nossa escala que temos de mudar. Cada vez mais somos todos responsáveis. As pessoas, nesta perspectiva, têm que ser consideradas como parceiros atuantes, e como tal se devem assumir – de acordo com as ocasiões – na configuração do seu destino, e não apenas como destinatários passivos dos frutos de hábeis programas de desenvolvimento com resultados muito duvidosos, como se demonstra pela situação a que chegámos. Embora possa, às vezes, não ser muito explícito, o desenvolvimento, no sentido da criação de riqueza sustentada, exige participação.Como é hábito, os autarcas entretêm-se com o seu concelho e não olham para o lado, os empresários vivem fechados no seu negócio e os investigadores e homens do saber ficam-se pelo seu mundo. Como vamos ultrapassar esta demissão e apatia coletiva e isolamento? Será que estes atores ainda não perceberam que não é uma questão de “direito à participação” mas antes de dever? Sem dúvida que este é o primeiro grande desafio: participar e partilhar responsabilidades. Só assim vai ser possível inovar.Estes tempos vão-nos exigir olhar para o lado, constituir parcerias e procurar complementaridades. Basta ver o que foram décadas de programas e mais programas, de muito e muito dinheiro esbanjado. A poucos quilómetros de distância repetem-se relvados sintéticos, piscinas, hospitais, obviamente sem valências, etc. E a inovação? O que se deseja são ideias para criar riqueza. Qualquer coisa de muito diferente do que se tem, genericamente, feito até aqui. A cadeia de valor no seu mais lato sentido tem que estar presente em todos os nossos recursos. Temos que tirar o máximo partido do que temos e responder eficazmente às nossas necessidades. Temos, felizmente, alguns bons exemplos à nossa volta, basta olhar e ver como se faz. De facto a inovação existe e o desafio é generalizá-la. Carlos A Cupeto (professor na Universidade de Évora) - cupeto@uevora.pt

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