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Indústrias electrónica e agro-alimentar chinesas vão ser alimentadas com pasta de papel produzida em Constância

Indústrias electrónica e agro-alimentar chinesas vão ser alimentadas com pasta de papel produzida em Constância

Grupo Altri assinou contratos de investimento no valor de 65 milhões de euros com a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal. Mais de metade deste valor vai ser aplicado na fábrica de Constância que passa a produzir, em exclusivo, a pasta solúvel.

A fábrica de pasta de papel da Caima, em Constância, vai receber um investimento do governo de 35 milhões de euros, tornando-se na única fábrica em Portugal, e das poucas na Europa, a produzir pasta solúvel que será aplicável, por exemplo, nas indústrias agro-alimentar e electrónica chinesas. O investimento, que vai ser aplicado nos próximos três anos, resulta da assinatura dos contratos celebrados entre a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), a Caima e a Celbi (grupo Altri) que decorreu na manhã de sexta-feira, 8 de Novembro, no Centro Náutico de Constância. A cerimónia contou com a presença de muitos convidados, destacando-se o vice primeiro-ministro Paulo Portas e o ministro da Economia, António Pires de Lima. O investimento vai transformar “o perfil” da unidade industrial” de Constância.O presidente do grupo Altri (composto pela Celbi, Caima e Celtejo, três fábricas de pasta de eucalipto branqueado com uma produção anual nominal de cerca de 900 mil toneladas), Paulo Fernandes, disse que a produção de pasta solúvel será uma realidade na Caima já a partir de 2015 representando “um produto com valor acrescentado” que pode ser aplicado, por exemplo, nas indústrias agro-alimentar, electrónica farmacêutica ou têxtil. Segundo disse Paulo Fernandes, mais de 95% da produção global da Altri destina-se ao mercado externo, “da Europa à China”, tendo afirmado que a pasta solúvel vai ser exportada na totalidade para os mercados de China e Taiwan.“A pasta solúvel, produto que a Caima vai produzir em exclusivo, coloca-nos na vanguarda da indústria”, considerou Paulo Fernandes. “A Caima, que celebra 125 anos de existência, é uma das mais eficientes e respeitáveis empresas a nível internacional. Portugal tem know-how e condições únicas para ser um referencial da indústria da floresta e da pasta de papel”, disse, acrescentando que a Altri investiu, nos últimos seis anos, cerca de mil milhões de euros nestes sectores. O presidente do conselho de administração da Altri apelou a que se utilizem os recursos do próximo Quadro Comunitário de Apoio 2014-2020 para a reflorestação do país. “A floresta é um manancial de riqueza para Portugal. Nunca foi uma tarefa fácil mas é possível colocar a floresta como desígnio nacional. Nos últimos dez anos, a nossa área florestal diminuiu ao contrário do que aconteceu na vizinha Espanha ou no Brasil”, exemplificou. O vice-primeiro, Paulo Portas, congratulou-se com a audácia do grupo Altri, reconhecendo que a AICEP facilitou o processo de atribuição de apoios. “Concluímos, num prazo célere, a junção de vontades: a vontade de um privado investir e a vontade do Estado facilitar o investimento”, disse, felicitando a administração do grupo Altri, “um dos grupos industriais portugueses com mais força e pujança” no panorama nacional e internacional. A presidente da Câmara de Constância, Júlia Amorim (CDU), disse a O MIRANTE que vê este investimento “com muita felicidade”, tendo em conta os tempos difíceis que os portugueses estão a atravessar. “Uma empresa privada receber este investimento só nos pode deixar satisfeitos. É bom para o país, para o concelho e para a região”, disse a autarca. Paulo Portas defende salários mais altos no privadoO vice primeiro-ministro, Paulo Portas, defendeu em Constância que as empresas portuguesas devem praticar “uma política de flexibilidade numa mão e de melhores salários na outra”. O governante considera que “uma economia moderna assenta em mais investimento, mais inovação e mais exportação não podendo assentar em salários baixos”. Como exemplo, indicou os salários praticados no grupo Altri, empresa que paga vencimentos acima da média. “Se houver flexibilidade laboral, os quadros e os colaboradores das empresas podem receber boas remunerações. As empresas não precisam de esperar pelo Governo em matéria de salários”, vincou.Onde se pode aplicar a pasta solúvel?A pasta solúvel, pasta de fibra natural que, a partir de 2015, será produzida na fábrica da Caima pode ser aplicada nos tecidos que habitualmente são usados pelas mulheres indianas, nas tripas com que são produzidas as salsichas, no revestimento de comprimidos, nos ecrãs de LCD, em vernizes ou película fotográfica. Com esta inovação, a fábrica do grupo Altri, que será alvo de um investimento de 35 milhões de euros no prazo de três anos, entra para o sector têxtil, permitindo à Altri diversificar mercados a atingir.
Indústrias electrónica e agro-alimentar chinesas vão ser alimentadas com pasta de papel produzida em Constância

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