Ana Pires, de 40 anos, continuava desaparecida esta quarta-feira, à hora de fecho desta edição. Foi vista pela última vez junto ao cais de Vila Franca de Xira e suspeita-se que se possa ter atirado ao Tejo. A Polícia Marítima e os bombeiros fizeram buscas que entretanto foram suspensas. João Pires, irmão de Ana Carla Raposo Pires, deslocou-se do Algarve para Castanheira do Ribatejo, onde esta tem casa, e não desiste de procurar a irmã. Em declarações a O MIRANTE refere que Ana tinha ficado de ir buscar a avó no domingo à estação do Oriente, em Lisboa, que viajava desde a Sertã. Mas não apareceu e o seu telemóvel estava desligado. João Pires confirma que um pescador do bairro dos avieiros foi abordado pela sua irmã a chorar e a pedir-lhe casacos para se abrigar e passar a noite num dos barcos. Tentou que o pescador a ajudasse a contactar a sua avó, mas deu o número errado. O irmão revela que Ana passava por um período de depressão devido ao desemprego. “Com pouco ou nenhum dinheiro a minha irmã meteu-se num comboio para ir buscar a minha avó a Lisboa e poderá ter saído em Vila Franca quando viu o revisor ou foi avisada por este. Depois de passar a noite num barco, deixou os casacos dobrados no local e terá ido para parte incerta, talvez a caminho de Lisboa”, admite o irmão.Sem que as autoridades dêem seguimento a mais buscas, João Pires e a sua mãe pensam avisar a Polícia Judiciária. Ana Pires usava botas até ao joelho, calças de ganga e uma camisola em lã na noite em que foi vista em Vila Franca. Trabalhou vários anos na área do design de moda de uma empresa, de onde ficou desempregada. Há cerca de dois anos que não tinha trabalho permanente e exercia como freelancer na sua área de formação sempre que aparecia alguma coisa. “Ela tinha uma reunião marcada na Segurança Social em Lisboa para esta segunda-feira, para tentar obter algum apoio”, conta João Pires.