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O campeão de duplo-mini trampolim que se mantém fiel ao Clube de Futebol Estevense

Bruno Nobre conquistou a medalha de bronze no duplo mini trampolim nos campeonatos do Mundo

Bruno Nobre conseguiu aos 33 anos a medalha de bronze dos Mundiais de Duplo Mini Trampolim durante o Campeonato do Mundo que se disputou na Bulgária, feito que junta a uma carreira de 19 anos na qual destaca o título mundial conquistado na África do Sul, em 1999. O bombeiro sapador em Lisboa teve alguns convites para assumir-se como atleta e técnico em Portugal e no estrangeiro mas sempre se manteve fiel ao emblema da terra de onde é natural - o Clube de Futebol Estevense.

Desde os 14 anos, quando não havia na freguesia de Santo Estêvão, Benavente, literalmente nenhuma oferta desportiva para os jovens e a pilantragem era um dos hobbies seus preferidos, Bruno Nobre largou essa vida e apostou tudo nos trampolins, secção que acabava de ser criada pelo professor Carlos Matias no Clube de Futebol Estevense. Quase duas décadas depois, aos 33 anos, Bruno Nobre dá por bem empregue a aposta feita e pode-se gabar de coleccionar medalhas nacionais e internacionais, especialmente na modalidade de duplo mini trampolim. Foi um desses feitos que conseguiu entre 14 e 17 de Novembro na Bulgária, ao conquistar a medalha de bronze nos mundiais da modalidade. A esse nível Bruno Nobre só coloca uma fasquia tão ou mais alta, como a medalha de ouro de campeão do mundo em duplo mini que conseguiu nos Mundiais da África do Sul, em 1999, então com 19 anos.“Essa medalha foi espectacular e conseguida com 19 anos, algo que nunca vou esquecer. Mas esta, aos 33 anos, já chamado de veterano na modalidade, mostra que ainda estou em forma física e psíquica e posso conseguir resultados de alto nível”, analisa Bruno Nobre.É da mesma idade de Nuno Merino, e mais velho que Diogo Ganchinho. Admite que os seus colegas de selecção e também adversários têm mais visibilidade pública pelos títulos que conquistaram e pela presença em Jogos Olímpicos. Bruno admite que podia ter tido um currículo ainda mais recheado de títulos se não tem contraído algumas lesões e ter vacilado em momentos decisivos.O seu futuro próximo são os Campeonatos da Europa de 2014, em Guimarães, onde Bruno Nobre pensa entrar nos quatro seleccionados para poder voltar a brilhar no duplo mini trampolim. Tudo o que for para além dessa competição ainda não está planeado.Da carreira, o atleta guarda além dos títulos a possibilidade, ainda que pequena, de conhecer países e cidades pelo mundo fora, como a beleza de Sun City, na África do Sul, ou a espectacularidade de Sidney, Austrália, ainda que à custa de viagem de avião com grande turbulência e um motor em chamas.Viver na terra natale andar numa correria constanteBruno Nobre nasceu em Santo Estevão, a pacata freguesia no meio da lezíria do concelho de Benavente. Por onde passa é cumprimentado e recebe parabéns pelo feito recente. Estudou até ao 12.º ano e teve a oportunidade de começar a trabalhar por intermédio do padrinho ao entrar para os Bombeiros Sapadores de Lisboa, onde se mantém. Não seguiu a universidade mas os pais, funcionário público e operária, também não tinham posses para mantê-lo no ensino superior em conjunto com o irmão.Foi como ginasta e bombeiro sapador que desenvolveu grande parte da carreira desportiva e a correria continua. Desde 2003/2004 que acumula as funções de atleta com a de técnico no CF Estevense. Recebeu propostas para esse tipo de funções num clube a “100 quilómetros da terra”, além da de um emblema americano há ano e meio que queria fazer um projecto de trampolins do zero. “Pesada a carreira profissional como bombeiro e a ligação ao Estevense e à minha terra, onde continuo a residir, não me mudei. Mas nunca se sabe o futuro caso apareça alguma proposta tentadora”, admite.Viaja dia sim dia não para Lisboa para jornadas de 12 horas de trabalho. No regresso, treina no pavilhão do Estevense com Carlos Matias, sempre a partir das 21h00 e até mais tarde, todos os dias, sabendo que já se levantou às seis da manhã. Desde 2012, é também técnico da Associação Desportiva do Carregado. Como se não bastasse é ainda trompetista na Sociedade Filarmónica de Santo Estêvão onde há, pelo menos, 10 actuações anuais, fora os ensaios.Nos poucos tempos livres, Bruno Nobre gosta de viajar, especialmente para o Brasil na época de Carnaval com um grupo de amigos. Não dispensa passeios de bicicleta e de mota em grupo pelo país com uma Sachs 50cc.Eternamente agradecido a Carlos Matias e ao padrinhoCarlos Matias foi o técnico que ajudou a criar a secção de trampolins no CF Estevense e Bruno Nobre está-lhe eternamente agradecido. Para o ginasta, Matias é muito mais que um treinador. “Fez de mim uma pessoa diferente quando me convenceu com 14 anos. Hoje é um amigo, confidente e tenho uma admiração gigantesca por ele”, faz questão de salientar.Na sua vida pesaram ainda Jorge Silva, o maestro da banda filarmónica, e o seu padrinho Paulo Pinto, que aos 22 anos proporcionou que iniciasse a carreira como bombeiro sapador e ganhasse estabilidade profissional.

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