Pelo teatro, mais de quatro dezenas de pessoas subiram ao palco do Centro Cultural do Cartaxo para levar a cena a peça “Nápoles Milionária”. Crianças, homens e mulheres das mais variadas idades e profissões subiram ao palco, representaram com paixão e uniram-se para dar voz às suas personagens e transmitirem ao público as emoções e a magia do teatro. Sara Xavier, 39 anos, é bancária e na quinta-feira, 14 de Novembro, foi a sua estreia num projecto de teatro comunitário. “Na minha juventude participei no corpo de baile de uma revista e depois fiz mais duas peças, entretanto fui para a faculdade, casei, arranjei o meu emprego, nasceram os meus filhos e agora acabei por conhecer este projecto através de uma colega”, confessa. Conciliar com a vida profissional nem sempre é fácil, mas para estes amadores do teatro a motivação fá-los superar qualquer dificuldade. João Nunes, 42 anos, está desempregado e apesar de não ser estreante é sempre com emoção que agarra uma personagem e lhe dá vida. Foi incentivado pela mulher e pela filha, que também fazem parte do elenco, e acabou por ir às audições. Agora tomou-lhe o gosto e já vai na terceira participação. “Todos dependemos uns dos outros e é essa magia que nos mantém viva a chama e a ter este prazer de estar em cima de um palco”, diz. Para o encenador, Frederico Corado, “este espírito do teatro comunitário pode-se caracterizar pela junção de vontades, vontades de pessoas que gostam de teatro. Há um espírito de inclusão e não há fronteiras”, completou. Foram quatro dias a representar e a cativar os espectadores que não resistiram a umas boas gargalhadas. Andreia Montez