Estrada de São Marcos que ruiu em 2010 reabriu após obras de quase 900 mil euros
Câmara de Vila Franca faz auditoria para perceber o que correu mal no projecto inicial
A população da Calhandriz tem novamente a principal estrada de acesso à freguesia aberta ao trânsito. O Laboratório Nacional de Engenharia Civil apontou após a derrocada terem existido “falhas grosseiras”.
Mais de três anos depois de ter ruído devido a um deslizamento de terras, a estrada de São Marcos, em Calhandriz, voltou a abrir ao trânsito. Foi preciso gastar mais 889 mil euros, 55 por cento dos quais suportados pela Câmara de Vila Franca de Xira, para reabilitar a travessia que agora, garante o presidente do município, tem condições de segurança. Parte da encosta foi terraplanada e foi feito um viaduto para que a estrada não esteja sujeita à pressão da encosta e se evitem deslizamentos como o que ocorreu em Fevereiro de 2010.A estrada tinha custado cerca de 800 mil euros em 2007 quando foi construída. Com as obras agora realizadas nesta ligação entre a freguesia de Calhandriz e a Estrada Nacional 10-6 (Alverca - Arruda dos Vinhos) o investimento fica num total de cerca de 1,6 milhões. “Tecnicamente garantem-me que este novo traçado é seguro. Tenho a certeza que vamos ter uma estrada que vai durar muitas décadas”, disse a O MIRANTE o presidente da câmara, Alberto Mesquita (PS). Em Abril a câmara admitiu a possibilidade de vir a agir criminalmente contra os responsáveis pelo estudo no qual se baseou a construção da estrada original. “Estamos internamente a realizar uma auditoria. Em termos técnicos essa auditoria está feita, mas queremos agora concluir a que estamos a fazer a nível interno no sentido de verificar se houve alguma situação que não foi suficientemente cuidada na elaboração do projecto, por parte da câmara”, explica o autarca.Recorde-se que uma peritagem do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) já tinha concluído que existiram “falhas grosseiras” na análise geotécnica (características dos solos) do terreno. A população esteve desde Fevereiro de 2010 sem poder utilizar a estrada e diariamente centenas de pessoas eram obrigadas a usar um desvio apertado, íngreme e sinuoso para chegar à freguesia. O abate da via acentuava-se todos os anos e em algumas zonas chegou a atingir mais de um metro e meio de profundidade.
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