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Reuniões privadas voltam à Câmara de Ourém

Paulo Fonseca volta com palavra atrás e restringe presença da comunicação social nas reuniões de câmara. Presidente da Câmara de Ourém decidiu abrir todas as sessões camarárias há quatro anos, em nome da transparência e para não haver segredos. Agora volta atrás e faz aquilo que criticava há quatro anos.

Depois de um primeiro mandato de quatro anos com todas as reuniões do executivo municipal de Ourém a serem abertas à comunicação social, agora o presidente Paulo Fonseca (PS) volta com a palavra atrás e só permite a presença dos jornalistas nas primeiras reuniões camarárias de cada mês. Após os vários mandatos do PSD em que as reuniões se realizaram nesses moldes (apenas uma reunião aberta aos jornalistas por mês), Paulo Fonseca quis mudar o funcionamento da autarquia em nome, disse na altura, da “transparência e para não haver segredos para ninguém”.Agora, a proposta foi apresentada por Paulo Fonseca ao restante executivo municipal com a justificação que existiam assuntos que deviam ser tratados “mais recatadamente, sem a presença da comunicação social”. Ficou decidido que as reuniões de câmara realizam-se todas as primeiras, terceiras e quintas terças-feiras de cada mês, a partir das 14h30, sendo que apenas a primeira de cada mês é aberta à comunicação social e ao público. Os vereadores da coligação Ourém Sempre (PSD/CDS) referiram, durante a discussão do assunto, que “não se pronunciavam uma vez que a decisão de abrir todas as reuniões à comunicação social tinha sido da maioria socialista”.O MIRANTE aproveitou a realização de uma assembleia municipal extraordinária na segunda-feira, 18, para confrontar Paulo Fonseca com esta decisão mas o autarca desvalorizou o assunto referindo apenas que a “situação foi abordada em reunião de câmara” e que a decisão foi tomada. O presidente não deu mais justificações entrando apressadamente para o auditório onde se realizou a sessão da assembleia municipal. Contactado por O MIRANTE, o vereador independente Vítor Frazão (ex-presidente da Câmara de Ourém em 2009) refere que tendo em conta a “argumentação apresentada pela maioria que lidera a autarquia” concordou com a proposta.Para esta decisão de Fonseca não deve ser alheio o facto de ter perdido a maioria absoluta que possuía no anterior mandato. Em 2009 Paulo Fonseca conquistou 12.459 votos (47,35%) contra 11.398 votos (43.32%) do PSD, elegendo quatro vereadores, governando em maioria absoluta.Nas últimas eleições, realizadas a 29 de Setembro, Paulo Fonseca venceu à tangente, com apenas 120 votos de diferença para a Coligação Ourém Sempre (PSD/CDS), perdendo cerca de 3400 votos em relação a 2009. Esta situação obrigou-o a assinar um acordo de governabilidade com o vereador independente, Vítor Frazão, necessitando agora de um maior ‘jogo de cintura’ para negociar a aprovação de muitas das propostas que vão ser apresentadas ao longo do mandato.O vereador da Coligação Ourém Sempre (PSD/CDS), Luís Albuquerque, afirma que não foi ele quem pediu para tornar públicas as reuniões camarárias como também não foi ele quem as decidiu fechar. “É um contra-senso tomar uma decisão há quatro anos invocando que queria dar mais transparência ao município e agora voltar atrás e fazer como os executivos do PSD faziam”, critica, confessando que quando era vereador da maioria social-democrata “não sabia” que todas as reuniões podiam ser abertas à comunicação social.

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