Dez mil euros para abrir pólo do Museu do Ar uma vez por semana
Município nunca conseguiu alargar os períodos de abertura e admite que o valor é exagerado
A Câmara de Vila Franca de Xira está a pagar todos os meses 833 euros à Força Aérea para o pólo do Museu do Ar, em Alverca, abrir uma vez por semana. O que dá quase 10 mil euros anuais. Dos três núcleos nacionais do museu, este é o único que só abre uma vez por semana. Sintra abre portas de terça a domingo e Ovar está aberto ao público todos os dias, incluindo fins-de-semana.O presidente do município, Alberto Mesquita, admite a O MIRANTE que o valor gasto todos os anos com o pólo do Museu do Ar é “muito acentuado” para a dinâmica que proporciona na comunidade, que é praticamente inexistente. Os alunos das escolas são os principais visitantes do espaço no único dia em que abre portas, à segunda-feira, entre as 10h00 e as 17h00. Nos restantes dias o espaço só abre mediante marcação prévia. Recorde-se que o museu de Alverca funcionava diariamente mas em 2009 foi deslocalizado para Sintra, tendo ficado no concelho de Vila Franca apenas um pólo. Apesar de considerar uma verba exagerada o presidente da câmara não tem tido força para convencer a Força Aérea a alargar os dias e horários de abertura. Alberto Mesquita salienta apenas que voltará a insistir com Estado Maior da Força Aérea (EMFA), admitindo estudar uma revisão do acordo de manutenção do pólo de Alverca. “Tentámos que o museu funcionasse cinco dias por semana e disponibilizámo-nos para que as pessoas que estivessem no museu a fazer o atendimento fossem civis, ligadas à câmara, mas o Ministério da Defesa não teve esse entendimento”, lamenta o autarca.Esta situação evidencia também algum abandono do espaço com as aeronaves colocadas no exterior a mostrarem alguma degradação a começar pelo facto de algumas servirem para os pássaros fazerem ninho. O facto de abrir apenas uma vez por semana fez cair a pique o número de visitas, apesar de o museu manter boa parte do espólio que tinha. Este ano o número de visitantes é de cerca de 2500, quando em 2006 era o espaço museológico mais visitado no concelho, com quase 12.500 visitantes por ano.No pólo pode ser visto o avião A-7P, construído para operar em porta-aviões e usado pela Força Aérea Portuguesa entre 1981 e 1999 para ataque a alvos de superfície, bem como a maquete do hidroavião Dornier Wal, em madeira, à escala 1:12, representando o avião com que se realizou a 1ª travessia aérea nocturna do Atlântico Sul. Pode também ver-se o motor Pratt & Whitney R-1830-92, que estava instalado no hidroavião Catalina “Calipso”, pertencente a Jacques Cousteau, bem como a hélice de madeira com quatro pás, utilizada nos hidroaviões Felixstowe (do mesmo modelo que fez a primeira viagem aérea à Madeira em 1921). O pólo acolhe ainda documentação sobre Gago Coutinho e Sacadura Cabral e a fase pioneira da aviação.
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