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Oposição dá benefício da dúvida e deixa passar orçamento da Câmara de Santarém

Oposição dá benefício da dúvida e deixa passar orçamento da Câmara de Santarém

Maioria relativa do PSD apresentou o orçamento mais baixo dos últimos 10 anos, que a oposição mesmo assim considerou empolado. PS e CDU deixaram muitas críticas e acusações mas na hora da verdade abstiveram-se.

A oposição PS e CDU deu o benefício da dúvida à maioria PSD que gere a Câmara de Santarém e viabilizou, através da abstenção, o orçamento do município para 2014, que atinge os 59,4 milhões de euros, menos 18,8 milhões do que o orçamento para 2013. O “desinchar” dos números, como o classificou o vereador da CDU Francisco Madeira Lopes, não evitou mesmo assim que a oposição acusasse o PSD de apresentar um orçamento “empolado” no capítulo das receitas, nomeadamente nas previsões de rendas e venda de património que habitualmente não se concretizam.Aliás, quem ouviu as intervenções iniciais da CDU e do PS ficou com a sensação de que o orçamento poderia ser chumbado, já que essas duas forças políticas juntas têm mais eleitos (5) na vereação do que o PSD (4). Mas a costumeira retórica crítica em discussões orçamentais acabou por não ter tradução prática no voto. Tanto CDU como PS, pela voz de Idália Serrão, optaram por dar um voto de confiança, mas deixando o aviso de que para o ano as coisas podem não ser assim caso não haja mudanças de actuação por parte do PSD.O presidente da câmara, Ricardo Gonçalves (PSD), abriu a discussão em “pezinhos de lã”, referindo que o orçamento é “o possível”, sendo o mais baixo dos últimos 10 anos. Uma situação que também decorre das regras impostas pelo Plano de Saneamento Financeiro e pelo PAEL - Programa de Apoio à Economia Local, que se encontram em curso para ajudar a sanear as finanças da autarquia. Aliás, 14% do orçamento vai para pagar dívida, salientou.Mesmo assim, Ricardo Gonçalves diz que há obra para fazer em 2014, como a requalificação da Estrada da Estação, que deve começar nos próximos dias, a conclusão da requalificação da Rua 31 de Janeiro e do Centro Escolar do Sacapeito. Em 2014 devem também avançar a criação do Centro de Inovação Empresarial, nas antigas instalações da Escola Prática de Cavalaria, e a construção de um campo de futebol de 7 com relvado sintético no complexo desportivo da Escola Superior Agrária, bem como novos balneários.O autarca também espera no próximo ano reduzir o prazo médio de pagamento a fornecedores e regularizar já no primeiro trimestre os atrasos na transferência dos duodécimos para as freguesias. Isto num contexto, enfatizou, de enormes dificuldades, com quebra das receitas provenientes do Orçamento de Estado e de outras fontes. Fantasma de Moita Flores continua a pairarA vereadora do PS Idália Serrão não ficou muito sensibilizada com a argumentação e, tal como Madeira Lopes (CDU), referiu que a obrigação de apertar o cinto em termos de orçamento decorre da má governação dos últimos 8 anos de gestão PSD/Moita Flores. E aludiu às estradas esburacadas, às obras por acabar, ao lixo acumulado nas ruas para ilustrar as críticas. “Este orçamento é uma imagem desse passado”, sentenciou, alegando que “nada de novo se vai fazer em 2014”.Madeira Lopes (CDU) reconheceu que “há um desinchar” do orçamento e que os tempos não são propícios a grandes investimentos, mas disse não vislumbrar qualquer rumo ou estratégia no orçamento e grandes opções do plano. “É um orçamento de continuidade e apesar da renovação que o PSD fez nas suas hostes não se pode escamotear que o actual presidente apoiou e nunca se demarcou da política que nos guiou para o desastre”, disse, acrescentando que não vê ali uma ruptura com o passado nem lhe parece que o PSD tenha capacidade para resolver os problemas que entretanto criou.
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