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Autarcas e utentes de Rio Maior reclamam mais médicos de família

Autarcas e utentes de Rio Maior reclamam mais médicos de família

Vigília pede mais médicos de família para Rio Maior. Executivo camarário tomou posição manifestando solidariedade para com os utentes e reclamando uma solução urgente para o problema.

Primeiro foi o executivo camarário de Rio Maior a tomar posição reconhecendo urgência na colocação de mais médicos de família no centro de saúde na cidade; depois foi a vez de algumas dezenas de utentes saírem à rua para exigirem soluções já que perto de sete mil pessoas não têm médico de família. A direcção do ACES da Lezíria, contactada por O MIRANTE, diz que procedeu à colocação de uma médica a 1 de Abril de 2013, aprovou a transição para o regime de 40 horas de dois médicos no mapa de pessoal e procedeu à colocação de médicos prestadores de serviços. Segundo o ACES, há 6.787 utentes sem médico de família num total de 22.370 utentes inscritos.Actualmente o sistema nacional de saúde em Rio Maior funciona a duas velocidades. A Unidade de Saúde Familiar (USF) Salinas tem seis clínicos ao serviço e garante médico de família a todos os seus dez mil utentes. Já o Centro de Saúde de Rio Maior funciona com apenas três médicos no mapa de pessoal, o que deixa sem médico de família cerca de sete mil cidadãos. Há ainda quatro médicos contratados em regime de prestação de serviços.O actual estado de coisas levou o executivo da Câmara Municipal de Rio Maior a aprovar na sua última reunião uma posição conjunta onde manifesta a sua “total solidariedade” para com os utentes do Centro de Saúde e reafirma todo o seu empenhamento na busca de uma solução de curto prazo que resolva definitivamente o problema.A presidente da Câmara de Rio Maior, Isaura Morais (PSD), disse que reuniu recentemente com a directora do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) da Lezíria, onde lhe expôs essa e outras preocupações. A explicação que lhe foi dada, disse a autarca à vereação, é a de que os concursos abertos para contratação de médicos não têm interessados. O que acontece noutros pontos da região, como em Salvaterra de Magos.O povo saiu à ruaNo dia 26 de Novembro, foi a vez de cerca de cinco dezenas de pessoas se juntarem junto ao Centro de Saúde, para reclamar mais médicos. Esta foi a primeira vez que os riomaiorenses saíram à rua e fizeram uma vigília para exigir os seus direitos no âmbito da saúde, numa manifestação organizada pela Comissão de Utentes da Saúde e Serviços Públicos de Rio Maior.Maria de Fátima Patrício, residente em Rio Maior, era um dos rostos da indignação. “Sou diabética e tenho problemas de coração. Preciso de médico e não tenho. Hoje estou aqui porque a união faz a força”. Já Carlos Vieira, doente oncológico, diz que não tem médico de família há cinco anos. “Venho para aqui de madrugada para apanhar médico. Já foram umas poucas de vezes. E por vezes tenho que me socorrer do Hospital de Santarém. Ainda hoje vim de lá”, afirma. No mesmo sentido se pronuncia Manuel Santos Costa, que não tem médico de família há cerca de quatro anos. “Devemos protestar por aquilo que nos falta. Tem sido complicado para mim, pois tenho que ir a Santarém tratar dos meus assuntos, que eles aqui não os resolvem”, diz queixando-se ainda de que há poucos transportes públicos entre as duas cidades. Augusto Figueiredo, da Comissão de Utentes da Saúde e Serviços Públicos de Rio Maior, explicou que a vigília pretendeu sensibilizar os diversos poderes para a “situação catastrófica” que se vive em Rio Maior. Estão mais de 7000 utentes sem médico de família. Não há atendimento complementar das 18h00 às 20h00. Há três anos das 14 freguesias, 12 tinham extensão de saúde, actualmente só têm extensão de saúde duas: a de Rio Maior e a de S. João da Ribeira”.
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