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Biblioteca Municipal de Abrantes foi uma aposta ganha

Biblioteca Municipal de Abrantes foi uma aposta ganha

Equipamento assinalou o seu vigésimo aniversário com a realização de diversas actividades, entre as quais a inauguração de um busto do poeta abrantino António Botto. Os responsáveis da biblioteca não adormecem à sombra do trabalho feito e já têm em mente uma série de projectos.

Vinte anos após a inauguração da Biblioteca Municipal António Botto, o presidente da Câmara de Abrantes à época, Humberto Lopes, considerou, na cerimónia que evocou a data, que “valeu a pena” a aposta e o dinheiro gasto num equipamento cultural que hoje é uma referência na cidade e um serviço com muita procura, que aliás se tem acentuado com o agravar da crise económica.Actualmente com mais de 12.500 utilizadores inscritos, esta é uma biblioteca que, nas palavras de Francisco Lopes, responsável por esse equipamento, “tem tido sempre muita procura”. E essa procura tem-se reflectido ainda mais nestes últimos tempos. “Com a crise económica, a leitura tornou-se um bem caro, não é considerada uma primeira necessidade e aqui na biblioteca prestamos esse serviço de uma forma gratuita”, salienta o responsável.Instalada numa das alas do antigo Convento de S. Domingos, a Biblioteca Municipal António Botto é procurada anualmente por milhares de utilizadores. Ali se encontram livros, muitos livros, cópias de discos e filmes em suportes CD e DVD, jornais, revistas e computadores, para além de ser um espaço agradável que pode simplesmente ser visitado e apreciado.Apesar dos empréstimos dos livros continuarem a representar a maioria das utilizações, as consultas também têm um grande peso na actividade, o que é explicado por Francisco Lopes como sendo fruto “das lacunas das bibliotecas escolares o que leva a que depois esses públicos sejam canalizados para a biblioteca pública”. Aliás, “os estudantes da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes são grandes utilizadores da biblioteca”, salienta.Serviço próprio para invisuaisA faixa etária da maioria dos utilizadores da Biblioteca Municipal situa-se entre os 18 e os 34 anos. Para o responsável desse equipamento esse facto poderá ser explicado “por termos uma biblioteca com serviços de qualidade, que faz uma busca permanente sobre os gostos, interesses e necessidades dos utilizadores”.Recorde-se, por exemplo, o SELESE - Serviço de Leitura em Suportes Especiais, destinado a deficientes invisuais, que existe há mais de 20 anos e que foi criado “porque havia necessidade de chegar às minorias invisuais que tinham muita dificuldade em aceder à informação”, referiu Francisco Lopes.Através deste serviço, os invisuais recebem em sua casa livros em braille e em cassetes áudio, sendo que actualmente a biblioteca está a converter livros áudio para digital. Apesar de já ter terminado, convém referir que, ao abrigo deste projecto e durante 10 anos, a Biblioteca Municipal de Abrantes editava em som os artigos da revista “Grande Reportagem”, chegando até a receber pedidos de envio para o Brasil.Biblioteca como espaço de encontroPara além de ser um espaço onde se encontram livros, CD, DVD e computadores, Francisco Lopes pretende que a Biblioteca Municipal de Abrantes seja muito mais do que isso: que seja também um espaço de encontro e um factor de progresso social. Aliás, conforme salientou Maria do Céu Albuquerque, presidente da Câmara de Abrantes, na sessão de abertura do seminário “Redes de Biblioteca para a Sociedade do Conhecimento”, o papel da biblioteca deve de ser o de contribuir para a qualificação dos cidadãos.Festival da Palavra e prémios literários são projectos em carteiraE depois de passados 20 anos da Biblioteca Municipal António Botto, como serão os próximos 20? Segundo Luís Dias, vereador da Cultura da Câmara de Abrantes, “a biblioteca tem de se reinventar e gostaríamos que fosse a sala de estar da comunidade”.A realização do Festival da Palavra de Abrantes, que permita, uma vez por ano, juntar na Biblioteca Municipal escritores, actores, desenhadores, cartoonistas, ou até mesmo jovens que têm a arte de bem falar, ou ainda a criação de prémios literários associados a personalidades abrantinas como António Botto ou Maria de Lurdes Pintassilgo, são alguns dos projectos que a vereação da cultura pretende desenvolver com o intuito de promover uma maior utilização da biblioteca.Mas não só. No futuro, pretende-se que a Biblioteca de Abrantes esteja preparada para todos os suportes de leitura, ou seja, “queremos criar condições para que progressivamente o fundo local seja consumido em outros suportes e que a biblioteca faça empréstimos de livros electrónicos”, salienta Luís Dias.As parcerias com outras bibliotecas dos concelhos do Médio Tejo, “criando uma rede alargada que permitirá optimizar recursos”, é outro dos elementos que Luís Dias considera essenciais.Busto homenageia António Botto Foi a 26 de Novembro do ano de 1993 que esse serviço público foi inaugurado. Passados 20 anos, a Biblioteca Municipal de Abrantes voltou a reunir entidades oficiais e cidadãos para assinalar a data com a realização de um seminário sobre o papel das bibliotecas na sociedade do conhecimento, seguindo-se a inauguração do busto do poeta patrono do equipamento (António Botto), obra do escultor Santos Lopes. Na sessão, marcaram presença o presidente da câmara à época da inauguração, Humberto Lopes, e a actual presidente do município, Maria do Céu Albuquerque, entre outras entidades.
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