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Teve que levar mãe para hospital privado para evitar que morresse no público em Santarém

Teve que levar mãe para hospital privado para evitar que morresse no público em Santarém

Eugénia de 80 anos piorava de dia para dia mas conseguiu recuperar depois de operada em Lisboa a um hematoma na cabeça
Se não tem levado a mãe para um hospital privado de Lisboa, Custódia Lopes não duvida que ela morria no Hospital Distrital de Santarém (HDS). Eugénia Lopes Duarte com 80 anos já tinha passado duas vezes pelo hospital da cidade e outra pelo de S. José em Lisboa e o seu estado piorava de dia para dia. Depois da operação que custou 3950 euros, a um hematoma que tinha na cabeça por causa de uma queda, Eugénia começou a recuperar e aos poucos começou a voltar à sua vida normal. O HDS diz que fez o que estava ao seu alcance não comentando o facto de a idosa ter sido tratada no privado.O caso começa no dia 26 de Outubro quando a idosa caiu em casa, na localidade de Prado, freguesia de Alcanede. Deu entrada nas urgências de Santarém e depois de lhe terem feito exames transferiram-na para o Hospital de S. José para ser avaliada no serviço de neurocirurgia. Como não apresentava agravamento no estado de saúde foi enviada de volta para Santarém. Mas passados poucos dias começou a piorar e a filha levou-a novamente para as urgências do hospital distrital. Eugénia chegou a uma altura que já não andava, não falava nem comia. Ficou internada no serviço de medicina onde, diz a filha, os médicos não davam qualquer solução. “Chegaram a perguntar-me o que é que queria que fizessem com uma pessoa de 80 anos”, recorda. Custódia Lopes temendo o pior foi mostrar a TAC (tomografia axial computorizada) que entretanto tinha sido feita no hospital, a um médico privado. Este disse, conta, que a idosa tinha de ser operada urgentemente porque o hematoma na cabeça estava a crescer. A idosa acabou por ser operada no Hospital da Ordem Terceira no dia 18 de Novembro, no mesmo dia em que a filha a foi buscar ao internamento no Hospital de Santarém, e tem estado a recuperar. No domingo à tarde, 1 de Dezembro, O MIRANTE visitou-a e Eugénia já caminhava pela casa e fazia as tarefas domésticas apesar de ainda ter dificuldades em mexer a mão direita. Custódia Lopes resolveu contar o caso da mãe para alertar as pessoas para situações do género e para demonstrar o seu descontentamento com o Serviço Nacional de Saúde. Da parte do Hospital de Santarém, a directora clínica confirma que a idosa foi assistida por duas vezes na unidade, realçando que os médicos fizeram “o que era suposto fazerem”. Maria Lopes acrescenta que foram feitas TAC e que por não haver neurocirurgia no Hospital de Santarém se decidiu enviar Eugénia para o S. José, onde se terá optado por não fazer a cirurgia. Maria Lopes esclarece que da segunda vez que a idosa deu entrada nas urgências e foi internada voltou-se a contactar o S. José. A directora clínica garante que foram enviados os exames para a neurocirurgia em Lisboa e que não houve indicação para operação por parte dos especialistas deste hospital. “Fizemos o que tínhamos a fazer que era contactar o serviço do S. José e não havendo indicação não podíamos transferir a doente. No Hospital de Santarém não a podíamos operar por não haver a especialidade”, sublinha.
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