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Até Já Zé quer implantar cultura Jazz em Vila Franca

Até Já Zé quer implantar cultura Jazz em Vila Franca

Elementos do grupo formado no Ateneu falam sobre o que os motiva a fazer música
Ao ver o gravador em cima da mesa, Mauro Corage, o saxofonista tenor do grupo Até Já Zé, diz em jeito de brincadeira que “daqui a trinta anos esta gravação vai valer milhões”. O músico, que tem de fazer contas de cabeça para dizer a sua idade, 37 anos, sabe bem o que quer na música. Tal como os outros cinco elementos do grupo nascido no Ateneu Artístico Vilafranquense, onde decorre a conversa. A banda é constituída por músicos de Vila Franca e representa o Ateneu em várias ocasiões com outro nome: JazzdoaaV. O objectivo enquanto membros da instituição é promover o jazz em Vila Franca para conseguirem criar uma escola. “As inscrições estão abertas e há professores”, diz Oti Fortes, o director musical e guitarrista. Com tantos músicos no Ateneu era estranho não haver uma banda de jazz. Os Até Já Zé são independentes da colectividade e existem desde Maio.Todos têm outras bandas. Mauro tem uma com Pedro Mocho, saxofone alto dos Até Já Zé, que costuma actuar no Verão no Algarve. Os temas são normalmente propostos por Oti mas no final cada um puxa a música para seu lado. “O repertório é o papel que cai em cima da estante e que é passado entre os companheiros que vão atinando com a canção”, refere Mauro. Como é próprio do género musical, as músicas vão mudando de forma e quando estão finalizadas retiram-se, explica Gonçalo Costa, que toca baixo eléctrico.Chega a vocalista Andreia Verdugo a meio da conversa, o que não é de estranhar para os colegas que se habituaram a vê-la chegar atrasada. O baterista Pedro Baptista também não é dado a chegar a horas e junta-se ao grupo logo depois. Andreia respira jazz. “Já me aconteceu as pessoas estarem na rua a olhar para mim e quando dou conta estava a cantar a altos berros”. Os concertos não têm mais preparação do que um ensaio semanal à quinta-feira. O número de espectáculos é variável mas Mauro aposta que a reportagem de O MIRANTE vai fazer chover contratos. Pedro Baptista avisa que não há limite de tempo para um espectáculo e que uma malha com uma duração de cinco minutos pode ser estendida até aos vinte, consoante a inspiração dos colegas. “Já me aconteceu ficar colado a ouvi-los tocar e esquecer que tenho um instrumento nas mãos”, nota Gonçalo, provocando uma gargalhada geral nos colegas.Nem todos vivem da música mas passam muito tempo a fazê-la. “Andamos na faculdade nos tempos livres e estudamos música a tempo inteiro”, ironizam Andreia, que está a estudar Design de Cena e Mocho, a tirar Economia. Ambos têm 21 anos e são os mais novos da banda. Gonçalo estuda música do Hot Club. Os outros, na faixa etária dos trinta, estão empregados em áreas diferentes. “Sem ser a minha mãe é a música que me permite ter dinheiro ao final do mês” finaliza o saxofonista alto. Além dos ensaios é na Tertúlia do Zero que os músicos se encontram. Utilizam o espaço aberto à comunidade pelo grupo de teatro do Ateneu para tocarem músicas “às três pancadas”. “Durante a tertúlia tudo pode acontecer. É um local de improvisação. Até a pessoa que nos visitar pela primeira vez pode acabar com o microfone na mão a dar um concerto para os restantes”, salienta Mauro, que considera a tertúlia um sítio único no concelho onde os vila-franquenses podem descontrair e ao mesmo tempo ouvir boa música.
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